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Rodada do Brasileirão pode ter 'clássicos de reservas' por conta da Libertadores; entenda

Em meio aos duelos decisivos do mata-mata da competição continental, equipes podem poupar seus principais jogadores em detrimento da rodada do Campeonato Brasileiro

Agência O Globo - 16/08/2024
Rodada do Brasileirão pode ter 'clássicos de reservas' por conta da Libertadores; entenda

A disputa pelo título brasileiro está emocionante. Apenas cinco pontos separam o líder Botafogo do quinto colocado São Paulo — Fortaleza e Flamengo, segundo e terceiro, respectivamente, têm uma partida a menos em relação ao alvinegro. No fim de semana, que terá dois clássicos, a 23ª rodada promete ter fortes emoções na disputa pelas primeiras posições, mas também na luta contra o rebaixamento. Porém, ao mesmo tempo, sete equipes entram em campo com a cabeça na Libertadores.

No Rio de Janeiro, Botafogo e Flamengo medirão forças domingo, no Estádio, Nilton Santos antes da Libertadores. Pela competição, sul-americana, o alvinegro vai a São Paulo enfrentar o Palmeiras, enquanto o rubro-negro, na altitude de 3.640m de La Paz, na Bolívia, encara o Bolívar

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No outro clássico de domingo que mexe com a parte de cima da tabela do Campeonato Brasileiro, Palmeiras e São Paulo se enfrentam no Allianz Parque. O alviverde está em desvantagem no confronto com o Botafogo, enquanto o tricolor vai decidir em casa sua sorte na Libertadores diante do Nacional, do Uruguai. No caso de Flamengo e São Paulo, a dupla também está garantida nas quartas de final da Copa do Brasil.

A discussão entre poupar ou não os seus principais jogadores em detrimento da principal competição do país traz novamente o debate sobre o calendário brasileiro. O amontoado de jogos em um pouco espaço de tempo faz até o clube “abandonar” certa partida da rodada ou até mesmo o Brasileirão para ficar 100% ligado na Libertadores. Ao que tudo indica, Botafogo, Flamengo, São Paulo e Palmeiras tendem a poupar seus principais jogadores na rodada deste final de semana para preservar forças para os jogos de volta da Libertadores.

— A CBF monta um calendário disfuncional, em que há um espaço entre jogos muito mais racional durante os Estaduais, e uma maratona insana na época das competições mais importantes. Obriga clubes a fazerem escolhas e termina sacrificando rodadas do Brasileiro, produto do qual ela deveria cuidar melhor — opina Carlos Eduardo Mansur, jornalista do Grupo Globo.

Em outra frente

Na parte inferior da tabela, Fluminense e Corinthians fazem um duelo direto contra o rebaixamento. As duas equipes jogaram no meio da semana por competições continentais — o tricolor, pela Libertadores, e os paulistas, pela Sul-Americana — e precisam conciliar força e atenção entre um duelo decisivo do Brasileirão e os jogos de volta de um mata-mata continental.

O Corinthians, também em ação em três competições no momento, fez o caminho contrário e poupou boa parte dos titulares contra o Bragantino, pela Sul-Americana, para se dedicar mais ao duelo pelo Brasileiro, enquanto o Fluminense — multilado por várias lesões recentes — não terá outra saída a não ser escalar força máxima nos dois campeonatos, mesmo com desfalques importantes.

— O calendário tem um problema muito sério de concentrar os jogos importantes em um período do ano. O mês de agosto é quase sempre uma loucura. Os times que mais investem no Brasil decidem a vida deles neste mês e parece que os outros meses valem menos, por conta da forma como o calendário é disposto. Jogamos um Campeonato Estadual de três meses, em que muitas vezes temos jogos até mais espaçados, com semanas cheias de trabalho e na hora dos campeonatos que mais importam isso não acontece — diz Rodrigo Coutinho, jornalista do Grupo Globo.

O Grêmio, mesmo não vivendo o drama atual de Fluminense e Corinthians, precisa seguir ligado no Campeonato Brasileiro para se distanciar de vez da zona de rebaixamento. Os gaúchos têm vantagem na Libertadores sobre o tricolor carioca após vencer a partida de ida por 2 a 1.

Sul-Americana

No momento, entre os brasileiros nas oitavas de final da Libertadores, o Atlético-MG não briga pelo título brasileiro e nem corre riscos de rebaixamento. E isso pode ser um indício de mandar uma equipe alternativa contra o Cuiabá, pensando no San Lorenzo, na próxima terça-feira.

O dilema de poupar ou não atinge também os times que seguem vivo na Copa Sul-Americana, casos de Corinthians, Bragantino, Athletico, Fortaleza e Cruzeiro. Além dos paulistas, o rubro-negro paranaense, classificado às quartas de final da Copa do Brasil, disputa três competições simultaneamente.