Política
Rodrigo Amorim cita família Bolsonaro seis vezes em plano de governo; Ramagem não faz menção ao clã
Ex-chefe da Abin é o nome apoiado pelo ex-presidente e, entre os eleitores bolsonaristas, aparece atrás de Eduardo Paes nas intenções de voto
Os dois candidatos do bolsonarismo para a prefeitura do Rio já colocaram seus planos de governo no sistema do Tribunal Superior Eleitoral ( TSE). Nos documentos, o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem (PL) e Rodrigo Amorim (União Brasil) escolheram estratégias diferentes no que diz respeito à família do ex-presidente. Enquanto Amorim a citou seis vezes no documento, Ramagem não fez sequer uma citação a Jair Bolsonaro ou a seus filhos. A associação com o nome do ex-presidente é um ponto importante da campanha de Ramagem, que aparece atrás de Eduardo Paes (PSD) entre os bolsonaristas, como revelou a colunista Bela Megale.
Os mais ricos: Candidatos no Rio somam mais de R$ 2 bilhões em patrimônio, com média de R$ 364 mil para cada
Patrimônio de R$ 193 milhões: Marçal pede doações e promete não gastar 'nenhum real de dinheiro público' na campanha
O primeiro aceno de Amorim aos eleitores bolsonaristas no plano de governo já é feito logo no início, na Carta ao Leitor, quando ele exalta a eleição de Bolsonaro à presidência em 2018. Nas citações ao ex-presidente, o candidato do União trata a vitória de Bolsonaro como uma reviravolta que trouxe o conservadorismo de volta ao país:
"[...] o campo conservador ressurgiu, depois de quase 30 anos de dominação esquerdista e de uma democracia de aparências – tais quais as sombras projetadas na caverna no mito descrito pelo grego Platão", diz um dos trechos.
Além do pai, Amorim também cita o senador Flávio Bolsonaro em pelo menos em três ocasiões. O deputado estadual lembra que foi candidato a vice-prefeito em 2016 na chapa do filho do ex-presidente, e que os planos da época serão mantidos caso ele ganhe a eleição neste ano.
Lula associado a Paes
Em outro momento, Amorim usa o nome de Bolsonaro para fazer oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e associar Eduardo Paes (PSD) ao atual presidente. Essa movimentação apareceu como estratégia da dupla desde o debate da TV Band, na última quinta-feira (8). Na ocasião, Amorim e Ramagem atuaram juntos para tentar colar a imagem do petista ao atual prefeito e aspirante à reeleição.
Durante o programa, Ramagem chamou Paes de "soldado de Lula", enquanto Rodrigo Amorim se referiu ao atual prefeito como "filho ingrato de Cabral", "nervosinho" e "pai da mentira". Paes chegou a pedir um direito de resposta por conta das menções indiretas.
No plano de governo, entretanto, Ramagem escolheu não citar os integrantes do clã Bolsonaro nenhuma vez, apesar de ser apontado como o favorito da família. No debate da TV Band, ele chegou acompanhado de Carlos Bolsonaro, apontado como principal fiador da candidatura do ex-diretor da Abin.
O atual prefeito também não foi citado nominalmente no documento de Ramagem. Apesar disso, o ex-chefe da Abin não deixou de fazer críticas à atual gestão em diversos momentos, principalmente no que diz respeito à segurança pública.
“É imprescindível que a prefeitura do Rio de Janeiro assuma de uma vez por todas o compromisso de atuar de maneira efetiva e responsável em relação à segurança pública, garantindo que os direitos e a proteção dos cidadãos e de seus bens sejam prioridades”, escreveu no plano de governo.
Mais lidas
-
1JUSTIÇA
Vereadores e ex-vereadores de Mata Grande condenados a mais de 11 anos de prisão por desvio de recursos públicos
-
2ENTRARAM SEM CONCURSO
Desembargadora Elizabeth Carvalho mantém exoneração de guardas municipais em Junqueiro
-
3TELEVISÃO
Lídia Brondi se manifesta após ser sondada para remake de 'Vale tudo': 'Sem exposição'
-
4DEU RUIM
A mulher não deixou: aposta eleitoral com vaca termina em briga e dilema doméstico; ouça áudio
-
5NA CÂMARA
Coruripe está entre os clubes manipulados: "Rebaixei 42 times", diz empresário na CPI de Apostas