O jogo decisivo até teve seus momentos de dificuldades, mas a nova versão do Dream Team seguiu seu caminho esperado neste sábado, nos Jogos Olímpicos de Paris: o ouro. Com uma das melhores versões de LeBron James, Kevin Durant e Stephen Curry, em especial, os Estados Unidos venceram a França por 98 a 87 e conquistaram a 17ª medalha de ouro olímpica de sua história.

A conquista tem um sabor especial para Kevin Durant, que se tornou o primeiro tetracampeão olímpico da história no basquete masculino. Este foi também o quinto título olímpico consecutivo dos Estados Unidos. A última vez que os norte-americanos não conquistaram a medalha de ouro nos Jogos foi em Atenas-2004, quando a Argentina, de Manu Ginóbili, acabou campeã.

Curry, que marcou 12 pontos nos últimos minutos da partida, quando a França mais se aproximou do ataque, terminou com 24 pontos, com 8 acertos em 12 tentativas em bolas de três. Kevin Durant e Devin Booker marcaram 15 cada, e LeBron, 14 — mais 10 assistências. Do lado francês, brilharam Wabanyama (26) e Yabusele (20).

A França era apenas a segunda seleção a disputar uma final olímpica de basquete masculino como país-sede dos Jogos – a primeira foi os Estados Unidos, em 1984 e 1996. E a disputa pela medalha de ouro era justamente contra os norte-americanos, que montaram o time histórico, que além do trio, tinha nomes como Joel Embiid, Devin Booker, Jrue Holiday e Anthony Davis.

Expectativa e ginásio cheio

A decisão estava cercada de expectativas, até porque os franceses também têm uma das grandes sensações do basquete mundial na atualidade: Victor Wembanyama, 20 anos e 2,24m de altura, que atua no San Antonio Spurs, da NBA.

Mas os atrativos do jogo não paravam por aí. A um dia do encerramento dos Jogos Olímpicos, os Estados Unidos precisavam da vitória para empatar em número de ouros com a China no quadro geral de medalhas (a contagem apontava 37 a 36 para os chineses antes do início da partida) e tentar vencer o evento pela 19ª vez na 30ª edição.

Com a bola em jogo, James e Wembanyama comandavam as principais ações de suas equipes no início da partida, que se mostrou equilibrada durante boa parte do primeiro tempo. A França chegou a liderar o marcador por 27 a 26 faltando 5:25 para o fim do segundo quarto, mas foi o alerta que os norte-americanos precisavam para abrirem distância no marcador. Os franceses só não foram para o vestiário com dez pontos de desvantagem porque Guerschon Yabusele, que era constantemente ovacionado pelo público com gritos de “MVP” (jogador mais valioso da competição), fez uma cesta no estouro do cronômetro: 49 a 41 para os norte-americanos.

No terceiro quarto, os franceses conseguiram equilibrar a partida. Fecharam o garrafão, travaram as alas para quebrar as linhas de passe americanas e obrigaram os Estados Unidos a partirem para jogadas individuais. Na transição, os franceses machucavam: Yabusele comandava o ataque, que teve Fournier e Wembanyama matando bolas de três importantes para vencerem a parcial por 25 a 23.

A França foi para o tudo ou nada no último quarto. Deixou o jogo mais físico no perímetro para evitar a versatilidade do ataque americano e apostou em correr a quadra. Até chegou a ficar próximo no placar, num 82 a 79 já nos três minutos finais. Mas Stephen Curry estava endiabrado: foram quatro cestas de três pontos em poucos minutos para tirar as esperanças dos donos da casa.