Internacional
Lula deixa Chile sem falar da crise na Venezuela
Na última semana, o presidente disse que as eleições venezuelanas não tiveram 'nada de grave' e 'anormal'

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se esquivou o máximo que pôde do tópico Venezuela durante sua visita ao Chile do domingo a esta terça-feira. Lula deixou o Chile no início desta tarde sem falar com a imprensa sobre a crise no país vizinho que se agravou nos últimos dias.
A expectativa era que o presidente brasileiro falasse com jornalistas sobre o assunto em meio às últimas agendas em Santiago, capital chilena, mas ele seguiu direto para o aeroporto sem dar declarações. Lula segue para São Paulo. O único momento em que Lula citou as eleições venezuelanas foi durante o discurso no Palácio de La Moneda, após reunião bilateral com o presidente do Chile, Gabriel Boric.
Ao lado do Boric, Lula citou que havia tratado com o chileno sobre a nota conjunta divulgada na semana passada por Brasil, Colômbia e México que pede às autoridades da Venezuela para que sejam divulgadas as atas da votação na eleição.
— O respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição — afirmou o brasileiro na ocasião.
Após o discurso, Lula ainda defendeu as diferenças, desta vez sem mencionar diretamente a crise no país vizinho.
— A gente não pode querer que todo mundo fale a mesma coisa, pense a mesma coisa, nós não somos iguais. Nós somos diferentes e isso é extraordinário porque a diferença permite que a gente procure encontrar nossas similaridades, as coisas que nos ajudam — afirmou.
Os resultados das eleições venezuelanas anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que deram a vitória ao atual presidente, Nicolás Maduro, são contestados em meio a acusações de falta de transparência e fraude.
A crise se agravou nesta segunda-feira, quando,enquanto Lula e Boric estavam reunidos, o opositor de Maduro na disputa eleitoral Edmundo González divulgou uma carta aberta nas redes sociais se autoproclamando presidente eleito.
Em carta às forças militares e policiais, divulgada nas redes sociais, González afirmou que a eleição de 28 de julho foi “uma avalanche eleitoral, cheia de energia e com organização cidadã admirável, pacífica, democrática e com resultados irreversíveis".
“Agora nos corresponde a todos fazer respeitar a voz do povo. Procede, de imediato, a proclamação de Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República”, diz a publicação.
Na última semana, Lula afirmou que a disputa eleitoral na Venezuela não teve "nada de grave” nem “anormal", e defendeu a entrega das atas de votação.
— É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar — disse o presidente, na primeira manifestação após os resultados.
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