Internacional
Judeus ultraortodoxos contrários ao serviço militar invadem base em Israel; vídeo mostra o momento
Forças de segurança prenderam 21 manifestantes, e três militares ficaram feridos nos confrontos; policial foi gravado dizendo que atiraria na cabeça de quem se aproximasse

Judeus ultraortodoxos contrários à exigência de serviço militar obrigatório em Israel invadiram nesta terça-feira uma base perto de Tel Aviv. Em nota, as forças de segurança israelenses afirmaram que centenas de manifestantes tentaram entrar na base de Tel Hashomer durante as manifestações que ocorreram do lado de fora do complexo, sede da unidade de recrutamento do Exército, e que “alguns” conseguiram acessar o local.
Ao todo, segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), 21 manifestantes foram presos e três militares ficaram feridos nos confrontos. As autoridades afirmaram que os homens “chegaram ao local com a intenção de invadir a base militar”, confrontando as forças de segurança “com violência, arremessando objetos, tentando repetidamente romper bloqueios e até arriscando suas vidas ao se deitarem sob caminhões”.
As FDI também disseram que um oficial declarou que o protesto era “ilegal” antes de utilizar meios de dispersão. Apesar dos avisos, disseram, os manifestantes não obedeceram às ordens e continuaram com os distúrbios, tentando ferir cavalos e jogando garrafas contra policiais. Os judeus que conseguiram entrar no local invadiram dois edifícios civis próximos – o hospital Sheba e o memorial Kiryat Ono. Neste último, árvore em memória de militares mortos foram vandalizadas.
O Exército de Israel condenou o “comportamento violento” dos manifestantes e insistiu que eles deveriam ser levados à Justiça. O órgão sustentou que o recrutamento de judeus ultraortodoxos “é uma necessidade operacional essencial e ocorre de acordo com a lei”. Segundo a imprensa local, outros confrontos também foram registrados durante o dia entre protestantes e a polícia – e alguns agentes foram insultados. Um policial foi gravado dizendo que “quem se aproximar levará um tiro na cabeça”.
Ao todo, cerca de mil jovens ultraortodoxos que receberam a primeira convocação deveriam comparecer nesta semana ao centro de alistamento para o processo de triagem inicial – incluindo os exames médicos e o teste de aptidão psicotécnica. Rabinos seniores na comunidade ultraortodoxa, contudo, instruíram seus alunos a não comparecer nem mesmo à primeira convocação.
Um panfleto foi distribuído aos jovens para dar orientações sobre como lidar com a obrigação do serviço militar. O documento insiste que eles não devem servir no Exército e que, caso enfrentem alguma situação que exija a “prisão prolongada”, um advogado estará à disposição. Historicamente, os ultraortodoxos eram isentos do serviço militar obrigatório em Israel para se dedicarem ao estudo dos textos sagrados do judaísmo.
A norma, estabelecida em 1948 por David Bem Gurion, fundador do Estado de Israel, foi revogada pela Corte Suprema israelense, que, em junho, determinou a conscrição dos estudantes das escolas talmúdicas, estimando que o governo não tem direito de manter a dispensa “na ausência de um marco legal adequado”.
Nesta segunda-feira, centenas de ultraortodoxos também protestaram na junta de alistamento em Tel Hashomer. O objetivo dos manifestantes, segundo a imprensa local, era perturbar o dia de alistamento daqueles ultraortodoxos que escolheram comparecer. Distúrbios também foram registrados no local, e dez homens foram presos. A polícia bloqueou as estradas próximas para evitar que os manifestantes encontrassem recrutas que decidiram se alistar, e grandes congestionamentos foram registrados.
Os ultraortodoxos representam aproximadamente 14% da população judaica de Israel, segundo o Instituto Israelense para a Democracia (IDI), ou seja, cerca de 1,3 milhão de pessoas. Aproximadamente 66 mil homens ultraortodoxos em idade de servir ainda se beneficiam da exceção do serviço militar, segundo o Exército. (Com AFP)
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