Internacional
Confrontos em Bangladesh nessa segunda-feira deixam pelo menos 109 mortos
Primeira-ministra, que renunciou e fugiu, governava desde 2009, mas foi acusada de fraudar as eleições

Ao menos 109 pessoas morreram nos violentos confrontos ocorridos nesta segunda-feira em Bangladesh, dia marcado pela fuga da primeira-ministra Sheikh Hasina para o exterior. É o dia mais mortal desde o início das manifestações, em 1º de julho.
Desde o início do protesto popular, 409 pessoas morreram, segundo um balanço da AFP elaborado a partir de dados da polícia e de fontes oficiais e de saúde.
Vídeo mostra a fuga da primeira-ministra de Bangladesh após manifestantes invadirem residência oficial; assista
Bangladesh decreta toque de recolher e mobiliza militares após onda de protestos
Com a fuga da primeira-ministra, os militares assumiram o controle do país nesta terça-feira.
Hasina, de 76 anos, governava desde 2009, mas foi acusada em janeiro de fraudar as eleições e, no último mês, enfrentou milhões de pessoas nas ruas exigindo a sua demissão.
O chefe do Exército, general Waker Uz Zaman, anunciou na televisão estatal, na segunda-feira, que Hasina havia renunciado e que os militares formariam um governo interino.
“O país sofreu muito, a economia foi atingida, muitas pessoas morreram – é hora de parar a violência”, disse Waker pouco depois de uma multidão exultante ter invadido a residência oficial de Hasina.
O líder do movimento estudantil que iniciou os protestos, Nahid Islam, disse numa mensagem de vídeo que o governo interino deveria ser liderado por Mohammad Yunus, um economista e empreendedor social vencedor do Prêmio Nobel da Paz. Milhões de cidadãos inundaram as ruas de Daca após o anúncio do general Zaman.
“Estou muito feliz que o nosso país tenha sido libertado”, disse Sazid Ahnaf, 21 anos, que comparou o que aconteceu à guerra de independência de 1971. “Estamos libertos de uma ditadura”.
Mas também houve cenas de caos e fúria. Os manifestantes invadiram o Parlamento e incendiaram estações de televisão, enquanto alguns destruíram estátuas do pai de Hasina, o xeque Mujibur Rahman, herói da independência do país.
“Chegou a hora de responsabilizá-los pela tortura”, disse o manifestante Kaza Ahmed. "Sheikh Hasina é responsável por assassinato".
Os protestos começaram após a reintrodução de um sistema de cotas que reservava mais da metade dos empregos públicos para determinados grupos.
A iniciativa suscitou apelos à demissão de Hasina, acusada de usar o aparelho estatal para se manter no poder, incluindo o assassinato dos seus opositores.
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