Internacional
Quem são os prisioneiros libertados na maior troca entre Rússia e Ocidente desde a Guerra Fria
Ao todo, 26 detidos foram trocados em operação que envolveu sete países diferentes e foi coordenada pela Turquia

Uma troca de 26 prisioneiros que envolveu sete países – Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Bielorrússia e Rússia – foi coordenada nesta quinta-feira pela Turquia na capital Ancara, afirmou a Presidência turca em comunicado.
Dentre os prisioneiros, 10 foram transferidos para a Rússia, 13 para a Alemanha e três para os EUA. Entre os americanos detidos em território russo, estavam o ex-fuzileiro naval Paul Whelan; o jornalista do Wall Street Journal (WSJ) Evan Gershkovich e a também jornalista russo-americana Alsu Kumasheva.
Quem foi libertado pela Rússia para o Ocidente?
Evan Gershkovich
O jornalista americano Evan Gershkovich, repórter do WSJ, de 32 anos, foi detido em março do ano passado durante uma viagem à cidade de Yekaterinburg, a cerca de 1,6 mil km de Moscou. No início deste mês, foi condenado a 16 anos de prisão em uma unidade de segurança alta por acusações de espionagem.
Gershkovich não admitiu ser culpado, mas o tribunal russo afirmou que "a totalidade das evidências apresentadas foi suficiente para dar um veredito”. Os promotores o acusavam de trabalhar para a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), o que o WSJ e o governo americano negaram e chamaram as alegações de politicamente motivadas.
Segundo o WSJ, o americano estava na Rússia a serviço do jornal. Gershkovich foi o primeiro correspondente estrangeiro acusado de espionagem na Rússia desde o colapso da União Soviética.
Paul Whelan
Outro prisioneiro americano liberado nesta quinta foi Paul Whelan, ex-fuzileiro naval dos EUA de 54 anos. Ele foi condenado a 16 anos de prisão em 2020 depois de ser detido também por suspeita de espionagem, em dezembro de 2018.
Segundo informações da BBC, Whelan é cidadão de quatro países - EUA, Canadá, Reino Unido e Irlanda – e, desde que foi dispensado das Forças Armadas em 2008, por má conduta, viajava como consultor de segurança, inclusive pela Rússia.
A agência de segurança estatal da Rússia (FSB) alegou que Whelan foi “pego espionando” em Moscou, capital do país. Mas a família do ex-fuzileiro nega as acusações, e o governo americano o classifica como "detido injustamente", o que significa que, aos olhos de Washington, era um refém político.
Alsu Kurmasheva
Alsu Kurmasheva, uma cidadã russa-americana, é também uma jornalista que foi detida pelo governo da Rússia. No mesmo dia em que Gerchkovich foi condenado, Alsu foi sentenciada a seis anos e meio de prisão numa unidade de segurança média.
Ela trabalhava como editora da Radio Free Europe/Radio Liberty, financiada pelo governo dos EUA, e foi detida em dezembro do ano passado. Segundo o governo russo, o motivo teria sido a divulgação de informações falsas sobre os militares do país.
Alsu vivia em Praga, capital da República Tcheca, com o marido e duas filhas, mas a prisão aconteceu na cidade russa de Kazan. A jornalista viajou para o país em maio do ano passado para cuidar de sua mãe, que estava doente. Ela retornaria em junho, mas foi temporariamente detida e teve seus passaportes confiscados.
Ela foi libertada, mas, em outubro, foi detida novamente por não ter se declarado "agente estrangeira". Em dezembro, as autoridades russas iniciaram uma nova investigação contra a jornalista por "divulgar informações falsas" sobre as Forças Armadas do país.
A condenação foi criticada por diversos países e pelo governo americano. Segundo a BBC, o marido de Alsu, Pavel Butorin, acredita que a causa real da prisão foi seu livro publicado no ano passado que reunia histórias sobre russos que se opunham à guerra na Ucrânia.
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