Internacional
Eleição na Venezuela: Chavismo e oposição indicam vitória antes dos resultados oficiais
Pesquisas de boca de urna, que são proibidas no país, divergem em relação ao vencedor com uma ampla diferença de porcentagem

Menos de duas horas após o encerramento da votação, representantes da oposição e do governo venezuelano indicaram publicamente uma vitória do seu campo político. Nesta eleição histórica, que pode pôr fim a 25 anos de chavismo, o presidente Nicolás Maduro busca de um terceiro mandato contra o diplomata Edmundo González, principal nome da oposição que substituiu a líder María Corina Machado, impedida de concorrer pela Justiça, na coalizão Plataforma Unitária.
Eleição na Venezuela: Diminuição da participação dos eleitores na capital à tarde preocupa oposição
Análise: Na Venezuela, mobilização opositora desafia Maduro ao reviver memória da campanha de Chávez
Em uma coletiva de imprensa, a oposição manifestou otimismo quanto a uma possível vitória. Segundo María Corina, a oposição já está recebendo boletins de votos de algumas seções eleitorais e houve um recorde de comparecimento em todos os estados, sem apresentar provas disso. Ao seu lado, González expressou satisfação com as projeções.
— Estamos mais do que satisfeitos com as expectativas que temos em relação aos resultados — disse o presidenciável. — Tivemos uma jornada de participação em massa, jamais vista nos últimos anos.
Por outro lado, o chefe da campanha chavista, Jorge Rodríguez, deixou claro o clima de vitória nas fileiras do governo.
— Não podemos anunciar os resultados, mas podemos mostrar nossa cara — disse, com um largo sorriso. — Pacientemente esperaremos o boletim do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas imediatamente após ser emitido o boletim, nós os esperaremos onde vocês sabem para encontrar quem vocês conhecem (apontou para o boné com o símbolo de "Gallo Pinto", usado pela campanha de Maduro).
Segundo a campanha opositora, mais de 11 milhões dos 21 milhões eleitores convocados haviam votado até as 16h do horário local, cerca de 54% do eleitorado. Tanto González quanto Maduro convocaram eleitores para votar por meio das redes sociais faltando uma hora para o fim da votação. Um comparecimento abaixo dos 60% era visto como preocupante para os candidatos, sobretudo para a oposição. Em 2013, cerca de 80% do eleitorado foi às urnas.
Apesar das declarações, ainda paira a incerteza em relação ao resultado, com pesquisas de boca de urna — que são proibidas no país — apontando diferentes vencedores. Nas últimas horas, partidários da oposição e do governo divulgaram nas redes sociais levantamentos cujas porcentagens variam de acordo com o grau de sintonia dos institutos com determinada sigla.
Segundo o último boletim da empresa Edison Research, divulgado às 18h, Edmundo González lidera com 65% contra 31% a favor de Nicolás Maduro. O instituto fez a pesquisa com 6.846 eleitores entrevistados em 100 seções eleitorais.
Ao meio-dia, a agência Hinterlaces informou que 61,5% dos eleitores haviam votado e que o presidente Nicolás Maduro estava à frente do oposicionista Edmundo González por quase 12 pontos percentuais — 54,6% a 42,8%.
Pouco depois, o instituto de pesquisas Meganalisis questionou o resultado apresentando um quadro completamente diferente: de acordo com seus relatórios, às 11 horas da manhã, 41% dos eleitores haviam votado e González estava à frente de Maduro por mais de 50 pontos — 65,3% a 13,1%.
Mais lidas
-
1ARTIGO
Dulce Melo escreve: "Um marginal travestido de policial militar"
-
2CHACINA
Major da PM é morto ao resistir à prisão em Maceió; antes, ele matou o filho e o cunhado
-
3CHACINA
Major da PM morre ao resistir à prisão no Prado; há informações de que outras três pessoas também morreram
-
4TRAGÉDIA EM MACEIÓ
Do quartel ao crime: a fuga do major da PM que terminou em tragédia
-
5NESTA TERÇA
Chacina no Prado: filho do major que surtou e matou duas pessoas será sepultado em Palmeira dos Índios