Internacional
Esquerda francesa indica economista como candidata a primeira-ministra, mas Macron recusa nomeação
Presidente francês alegou que 'é falso dizer que a Nova Frente Popular', aliança de esquerda que venceu as eleições legislativas antecipadas, 'tem maioria' na Assembleia

Após 16 dias de negociações, a Nova Frente Popular (NFP), aliança de esquerda francesa que venceu as eleições legislativas antecipadas no mês passado, propôs nesta terça-feira a economista Lucie Castets para o cargo de primeira-ministra. Pouco após o comunicado, porém, o presidente francês, Emmanuel Macron, se recusou a nomear a alta funcionária para o cargo, afirmando que “é falso dizer que a NFP tem maioria”.
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A NFP, que foi montada rapidamente dias após Macron convocar as eleições antecipadas no mês passado, compreende partidos que vão desde a extrema esquerda até o mais moderado. A aliança obteve uma maioria relativa de 193 deputados (de 577), à frente da aliança de centro-direita de Macron (164 cadeiras) e da extrema-direita (143). Por isso, o bloco reivindica o cargo de primeiro-ministro, embora o chefe de Estado francês considere que, distantes da maioria absoluta de 289 deputados, nenhum bloco ganhou as legislativas.
— Evidentemente, até meados de agosto, temos que nos concentrar nos Jogos (Olímpicos) e, a partir de então, em função da evolução destas discussões, caberá a mim nomear um primeiro-ministro — disse Macron.
Castets, de 37 anos, é economista e está envolvida nas “lutas associativas para a defesa e promoção dos serviços públicos”, bem como “no combate de ideias contra a aposentadoria aos 64 anos”, e é “uma alta funcionária que trabalhou na repressão à fraude fiscal e à criminalidade financeira”, disse a NFP em comunicado. Em entrevista à AFP, transmitida minutos após o anúncio do acordo da aliança sobre seu nome, Castets afirmou que deseja promover a “revogação da reforma das aposentadorias”.
Ela também declarou que deseja promover a “revogação da reforma das aposentadorias” (ano passado, Macron assinou a Reforma da Previdência francesa, que aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos). Entre suas prioridades, ela apela por uma “grande reforma fiscal para que cada um, indivíduos e multinacionais, pague sua parcela justa”, além do “fim do retrocesso nos serviços públicos”. A economista ressaltou que aceitou a indicação “com toda humildade, mas com grande convicção”.
Desconhecida do público em geral e atualmente diretora de finanças e compras de Paris, Castets é uma das principais figuras do coletivo Nos services publics (Nos serviços públicos), firmemente oposto à política do governo anterior em relação à função pública. Um dos fundadores da organização, Arnaud Bontemps disse que Castets tem “uma trajetória profissional notável a serviço do Estado e das coletividades locais, com compromissos fortes em justiça fiscal e combate à evasão fiscal”.
— Ela é uma pessoa muito engajada em áreas como educação, saúde e justiça social — acrescentou ele ao jornal francês Le Monde.
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