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Turista argentino morre em excursão a Machu Picchu, no Peru, e visitantes apontam falta de estrutura: 'Preciso de oxigênio'

O homem de 59 anos desmaiou enquanto caminhava no parque arqueológico de Ollantaytambo. Outros visitantes tentaram reanimá-lo, sem sucesso

Agência O Globo - 20/07/2024
Turista argentino morre em excursão a Machu Picchu, no Peru, e visitantes apontam falta de estrutura: 'Preciso de oxigênio'

Um argentino de 59 anos morreu enquanto percorria o parque arqueológico de Ollantaytambo, a 32 quilômetros de Machu Picchu, no Peru, na última terça-feira. Ele desmaiou durante uma excursão, conforme confirmou a Polícia Nacional (PNP) do país. A vítima, identificada como Carlos Jorge Rubinstein, caminhava com outros turistas quando desmaiou. Eles relatam negligência médica devido à demora dos serviços de emergência.

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O homem foi assistido por funcionários e guias locais, que começaram a realizar manobras de reanimação. No entanto, não conseguiram, e Rubinstein foi declarado morto ainda no local. Por alguns minutos, várias pessoas se revezaram para fazer a ressuscitação cardiopulmonar (RCP). “Há uma pulsação neste momento”, disse uma das testemunhas, segundo o El Litoral. Depois disso, um avisou: “Sim, mas está passando. Eu preciso de oxigênio”.

“Os do posto não querem vir. Olha, neste momento eles estão aí no posto”, queixou-se outra pessoa sobre a falta de socorristas médicos no local. Um deles até gritou por um tanque de oxigênio para ajudá-lo, sem obter resposta.

Testemunhas e turistas que acompanharam Rubinstein relataram que os serviços de emergência demoraram cerca de 20 minutos para chegar à área. Além disso, garantiram que os médicos não levavam tanque de oxigênio, pois não havia suprimentos no centro de assistência.

Hammer Horna, integrante da Polícia de Turismo do Peru, indicou que as causas específicas da morte da vítima são desconhecidas, uma vez que não foi possível verificar se ela tinha doenças pré-existentes que a afetavam no momento em que passou mal e desmaiou. A excursão a Machu Picchu é um dos percursos mais difíceis do continente, já que muitos trechos são feitos a pé e a uma altitude de mais de 3.000 metros acima do nível do mar.

Ainda não se sabe se o corpo será submetido a autópsia para esclarecer as causas da morte.

Falta de estrutura

Com este caso, o chefe da Polícia Peruana queixou-se da falta de progressos na instalação de um centro médico no parque para estes casos, uma vez que casos em que turistas passam mal são comuns. Atualmente Machu Picchu possui apenas um hospital, mas não está concluído. Sua modernização estava prevista para ser finalizada em 2020, mas o projeto foi abandonado e retomado em 2021.

Saúl Caipani, diretor da Gerência de Comércio e Turismo, disse que foi estabelecido que uma porcentagem do ingresso turístico — a entrada em Machu Picchu custa US$ 60 — deveria ser destinada à manutenção da limpeza e do saneamento do local, mas ele dirigiu-se à Direcção Descentralizada de Cultura (DDC) pela falta de aprovação para a sua realização.

Por sua vez, Guido Bayro, chefe da organização, respondeu às críticas, e assegurou que está ciente das decisões tomadas relativas aos cuidados médicos e ao estado dos centros, e que está empenhado em agilizar os processos e assim concretizar as iniciativas. No entanto, ele disse que está preso a questões burocráticas.