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Mãe de Rayssa Leal, Lilian engravidou na adolescência e acompanha a skatista em competições desde o início: 'Mais que irmãs, amigas'
Skatista vive impasse nas Olimpíadas de Paris, por não ter tido autorização para ter a companhia da mãe

Prestes a competir nas Olimpíadas de Paris, Rayssa Leal vive um impasse: a skatista, de 16 anos, quer autorização do Comitê Olímpico para que a mãe dela, Lilian Mendes, durma também na Vila dos atletas. Este era um benefício que a medalhista teve em Tóquio, porque na época tinha 13 anos de idade. Mas agora, ela não se enquadra mais na regra que habilita a presença de um acompanhante.
Lilian engravidou na adolescência e deu à luz Fadinha aos 16 anos. Na época, precisou abandonar a escola, o trabalho como caixa de supermercado, e outros sonhos, como o de jogar futebol. Quando viu que Rayssa tinha talento para o esporte, decidiu incentivar a filha, desde que a então pequena atleta ganhou o mundo, graças a um vídeo nas redes sociais fazendo manobras de skate trajando uma fantasia.
"Eu postei o vídeo a noite, a gente nem sabia da proporção que estava tomando. Quando acordamos no dia seguinte, já tinha mais de 1 milhão de visualizações, muita gente do skate estava postando o vídeo dela. Até o Tony Hawk postou", disse Lilian em entrevista ao "Globo esporte", em 2021.
Ainda assim, elas precisaram superar preconceito até dentro de casa. A matriarca disse que ouvia de familiares que "pista de skate não era lugar de criança, ou de menina". Que bom que elas não deram ouvidos a opiniões contrárias e seguiram rumo diversas competições pelo país, mesmo com o dinheiro contado.
"Atrás de cada criança que acredita em si mesma está um pai ou uma mãe que acreditou primeiro nas capacidades dela. Eu sempre acreditei no seu sucesso. E como sempre... Eu tinha razão! Te amo", disse Lilian, quando Raissa ganhou medalha de ouro, em 2021.
O entrosamento entre elas também costuma aparecer nas redes sociais. Quando posam juntas, os fãs já brincam, "quem é a mãe e quem é a filha?", dada às semelhanças físicas (até a altura é parecida). "Mais que irmãs, amigas para toda a vida", disse Lilian, em uma das fotos publicadas com Rayssa nas redes sociais.
A primeira competição que Rayssa enfrentou sem a mãe foram os Jogos Pan-Americanos de 2023, em Santiago (Chile). Durante um treinamento, a atleta chegou a ligar chorando para a mãe.
— No Pan-Americano, ela ligou da pista chorando e disse que queria a mãe dela ali. A gente não precisa de uma menina de 16 anos pedindo para a mãe estar ali. E não é por ser um momento frágil, ali era só a menina de 16 anos que sempre teve aquela pessoa do lado — relembrou Tatiana Braga, CEO da TB Sports, agência que cuida da carreira da atleta, em entrevista ao podcast "Maquinistas".
Mas já era sabido que a atleta brasileira não teria a companhia da mãe. Por isso, antes da viagem, as duas definiram juntas boas estratégias para lidar com a pressão da competição, e as saudades uma da outra.
"Minha mãe me passa uma segurança que outras pessoas não conseguem, justamente por ela ser minha mãe e minha coach. Com ela, eu me sinto bem mais forte, me ajuda bastante", disse Rayssa, ao UOL, em outubro do ano passado, após conquistar medalha de ouro no Pan.
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