Após dois adiamentos, enfim a promessa foi cumprida. Na manhã desta quarta-feira, 17, a prefeita de Paris Anne Hidalgo mergulhou no Rio Sena, em uma clara resposta aos que questionam se o local tem condições de receber as provas de triatlo e águas abertas nos Jogos Olímpicos. Ela esteve acompanhada pelo Presidente do Comitê Organizador Paris 2024, Tony Estanguet, e do subprefeito da região Île-de-France, Marc Guillaume.

O mergulho ocorreu na altura do Hotel de Ville, sede da prefeitura, a cerca de 3km da Ponte Alexandre III, onde haverá as largadas das provas olímpicas. Com um traje que cobria praticamente o corpo inteiro, Hidalgo permaneceu na água por cerca de 10 minutos. Nos últimos dois dias, funcionários da Prefeitura intensificaram a limpeza da água nessa altura do Sena e chegaram a retirar duas bicicletas e um patinete.

A despoluição do Rio Sena, tornando-o próprio para banho, é uma das principais bandeiras de Paris e do Comitê Organizador para justificar a realização dos Jogos na capital francesa. O investimento total até o momento é de 1,4 bilhão de euros (R$8,33 bilhões).

Vale destacar que o mergulho de Hidalgo no Sena estava previsto inicialmente para ocorrer no mês passado, mas precisou ser adiado duas vezes. Primeiro no dia 23 de junho, quando as fortes chuvas e a má qualidade da água inviabilizaram sua realização. Depois, no dia 30, a antecipação das eleições legislativas no país levou a nova mudança de data.

Ao longo de todo o período, tanto os opositores de Hidalgo e do presidente Emmanuel Macron como parte da população que é contrária à realização dos Jogos em Paris se movimentaram nas redes sociais para organizar um protesto inusitado: um “cocô coletivo” no Sena, que ocorreria justamente no dia em que a prefeita mergulhasse no rio. No entanto, nenhuma manifestação foi registrada nesta quarta-feira.

A nove dias da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos, Hidalgo se torna a segunda autoridade francesa a se banhar no Sena, cinco dias após o mergulho da Ministra do Esporte, Amélie Oudéa-Castéra.

Caso a qualidade da água não apresente boas condições nos dias das competições de triatlo (30 de julho, 31 de julho e 5 de agosto) e águas abertas (8 e 9 de agosto), Paris-2024 colocará em prática um plano de contingência, podendo adiar as provas ou, em último caso, transformar a disputa de triatlo em duatlo, transferindo ainda os 10km das maratonas aquáticas para Vaires-sur-Marne, sede da canoagem e do remo nos Jogos Olímpicos.