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Justiça alemã anula demissão de jogador por mensagem sobre conflito Israel-Hamas

Anwar El Ghazi teve o contrato com o Mainz 05 rescindido em novembro de 2023

Agência O Globo - 12/07/2024
Justiça alemã anula demissão de jogador por mensagem sobre conflito Israel-Hamas

Um tribunal alemão anulou, nesta sexta-feira, a demissão do jogador holandês Anwar El Ghazi, cujo contrato com o Mainz 05 foi rescindido em novembro de 2023 por conta de uma mensagem publicada por ele nas redes sociais sobre o conflito entre Israel e o Hamas em Gaza. A demissão, que foi feita "excepcionalmente" e "sem aviso prévio", foi anulada, indicou um tribunal de Mogúncia, cidade no oeste da Alemanha, em um comunicado.

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O jogador holandês denunciou a demissão e o congelamento de seu salário, uma decisão que o clube tomou depois que o atleta postou nas redes sociais uma mensagem com a frase "do rio ao mar, a Palestina será livre". O tribunal considerou que a demissão não era justificada, pois sua mensagem estaria protegida pela "liberdade de expressão".

O Mainz 05 terá que indenizar o jogador holandês em pelo menos 1,5 milhão de euros (cerce de R$ 8,9 milhões), além de reintegrá-lo ao elenco do clube, informou a agência alemã SIF. El Ghazi expressou sua solidariedade aos palestinos com uma expressão que alguns consideram um apelo à destruição do Estado de Israel.

Quando a polêmica começou, o clube anunciou que o jogador seria reintegrado, após ter retificado suas declarações em conversas com a diretoria. O Mainz não se posicionou sobre essa publicação, mas sobre uma outra posterior, na qual o jogador assegurava "que não tinha arrependimento e nenhum remorso" sobre sua primeira mensagem.

O conflito em Gaza eclodiu em 7 de outubro, quando militantes islâmiscos mataram 1195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já matou 38.345 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.