Internacional

Biden dá crucial entrevista coletiva após chamar Zelensky de Putin em evento da Otan; acompanhe

Pressão aumenta sobre o democrata após gafe em semana vista como decisiva para sua campanha, que enfrenta diversos pedidos de desistência por parte de aliados

Agência O Globo - 11/07/2024
Biden dá crucial entrevista coletiva após chamar Zelensky de Putin em evento da Otan; acompanhe

Apenas uma hora depois de cometer uma gafe em discurso no último dia da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte ( Otan) em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concederá a sua primeira entrevista coletiva após o desastroso debate contra o ex-presidente Donald Trump. No evento de mais cedo, o democrata chamou o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, que estava ao seu lado, pelo nome do mandatário russo, Vladimir Putin. Prevista para às 19h30 (horário de Brasília), a coletiva está meia hora atrasada.

Biden chega ao encontro com jornalistas na noite desta quinta-feira com mais uma camada de pressão adicionada em uma das semanas mais tensas para a sua candidatura, após diversos aliados pedirem publicamente pela sua desistência da disputa pela Casa Branca.

Cotada para substituir Biden: Kamala Harris enfrenta dilema entre mostrar lealdade ao presidente e se preparar para a disputa

Contexto: Otan faz 75 anos sob a sombra da guerra na Ucrânia e a possível volta de Trump

Cúpula da Otan: Secretário-geral alerta sobre risco de vitória russa na Ucrânia encorajar Irã, China e Coreia do Norte e cobra ação de aliados

Entenda a pressão interna

Do ator George Clooney, importante arrecadador de fundos para democratas, até o âncora George Stephanopoulos, que entrevistou Biden dias após o confronto contra Trump, o escrutínio à campanha do presidente americano ganhou força nos últimos dias, embora ele tenha reforçado reiteradamente que vai seguir na corrida eleitoral. Até as figuras mais imprevisíveis, como a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, aliada de longa de data de Biden, se juntaram à sangria em praça pública do presidente.

Na terça-feira, enquanto Biden recebia líderes para o primeiro dia da cúpula da Otan, deputados e senadores do Partido Democrata se reuniram para discutir o seu futuro. O encontro terminou sem consenso, mas o porta-voz da sigla na Câmara, Pete Aguilar, alertou que seus colegas observariam de perto os passos do presidente esta semana, tanto os discursos na Otan quanto em compromissos de campanha.

A crise levou a vice-presidente Kamala Harris de volta aos holofotes. Depois de Trump disparar nas pesquisas após o debate, seu nome começou a surgir nos levantamentos como uma alternativa viável para enfrentar o magnata. Em ao menos três deles, Kamala apareceu virtualmente empatada com Trump — em alguns casos à frente do ex-presidente — e com melhores chances de vitória do que o atual ocupante da Casa Branca.

Realizações da cúpula da Otan

Biden já havia discursado no primeiro dia da cúpula, focando em questões de política externa, como o reforço do apoio à Ucrânia por parte da aliança militar. Para o presidente americano, parte da força que ele busca mostrar internamente passa por projetar os Estados Unidos como uma potência capaz de enfrentar inimigos comuns do Ocidente, como Rússia e China — algo frequentemente explorado por Trump em suas declarações.

Ao menos no aspecto formal, a articulação mostrou uma Otan mais dura. Pela primeira vez, a aliança ocidental acusou Pequim de atuar como um "facilitador decisivo" para o esforço de guerra russo e exigiu que o país interrompa o envio de "componentes de armas" e outras tecnologias cruciais para Moscou. A denúncia foi negada pelo governo chinês, que alertou para os países não "mancharem a imagem" da China.

(Em atualização)