Política
Após propor prédio de 1 km de altura, Marçal defende 'cinturão de teleféricos' interligando periferias de São Paulo
Em sabatina do UOL e do jornal Folha de S.Paulo na tarde desta quarta-feira (10), o pré-candidato falou sobre os planos para a capital paulista e defendeu Bolsonaro no caso das joias

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) participou nesta quarta-feira (7) de uma sabatina do UOL e do jornal Folha de S.Paulo em que falou sobre seus planos caso vença as eleições municipais que ocorrem em outubro.
O empresário defendeu um projeto que criaria um "cinturão de teleféricos" que interligariam as áreas periféricas da cidade de São Paulo como uma das soluções para resolver os problemas de mobilidade do município. Disse também que pretende criar polos de turismo, empreendedorismo e gastronomia nas periferias, com financiamento da iniciativa privada.
— Você imagina um cinturão de teleféricos interligando a cidade levando empreendedorismo, gastronomia — disse Marçal, durante a sabatina.
No papo, Marçal mencionou também outra proposta de sua possível futura gestão: criar o "maior prédio do mundo" em São Paulo. Nas últimas semanas, o empresário tem mencionado em entrevistas a intenção de viabilizar um empreendimento, caso seja eleito prefeito, que teria 1 quilômetro de altura na capital paulista e seria feito pela iniciativa privada.
Marçal voltou ao assunto nas redes sociais enquanto estava em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, para participar da Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC). Ele, que ficou de fora de um jantar de confraternização do evento com a participação de Jair Bolsonaro, se reuniu na cidade catarinense com a FG Empreendimentos. A empresa é responsável pela construção da Triumph Tower no município, edifício residencial que deve ultrapassar os 500 metros de altura.
Questionado sobre o inquérito da Polícia Federal que mira Jair Bolsonaro no caso das joias, em que o ex-presidente foi indiciado sob suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa e apropriação de bem público, Marçal minimizou o caso.
— Se ele não pode ficar com os presentes, duvido que vai ficar, é só devolver — respondeu o pré-candidato.
Sobre a escolha de quem deve ser o vice na sua chapa, o empresário disse que espera que o escolhido "seja uma mulher" e também falou sobre as discussões envolvendo a pré-candidata Tabata Amaral (PSB), com quem vem trocando farpas nos últimos dias.
Em vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), Tabata criticou o empresário — referido por ela como "sujeitinho" — por insinuar que o pai da deputada morreu por "culpa" dela, após Tabata ter decidido estudar fora do país aos 18 anos. A declaração foi dada por Marçal durante uma entrevista para a revista IstoÉ.
— Ela (Tabata) criou a polêmica. Se quer ser prefeita, que ela cresça. Uma pessoa que passou por mais problemas é mais tarimbada para governar. Eu passei por mais problemas que ela. Eu também vim da periferia, eu também tive um pai que foi alcoólatra, mas a família ajudou e ele deixou o alcoolismo. Já sobre o pai dela, ela foi para Harvard, e o pai dela acabou morrendo. Governar e ser vítima na mesma pessoa não tem como — afirmou Marçal para a revista.
Na sabatina, Marçal disse que Tabata foi "injusta com ele", que ela "forçou a barra" sobre o caso e que ele teria dito apenas que ela "precisa amadurecer".
Na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 5 de julho, a disputa eleitoral pelo Executivo paulistano contava com um embate entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), em que o atual prefeito marca 24% das intenções de voto e Boulos, 23%. Considerando a margem de erro, estimada em três pontos percentuais para mais ou menos, os dois estava tecnicamente empatados. Na sequência aparecia José Luiz Datena (PSDB), com 11% e Pablo Marçal, com 10%.
Racha no PRTB pode minar candidatura
O PRTB, partido que pretende lançar Pablo Marçal como candidato a prefeito de São Paulo, a cumula brigas entre seu comando que são discutidas há anos na Justiça. A falta de ordem na legenda é apontada por adversários de Marçal como possível entrave para a oficialização da candidatura dele, já que a sigla precisará se unir para lançar o seu nome durante as convenções partidárias, que precisam ser feitas entre o próximo dia 20 e o dia 5 de agosto. As candidaturas devem ser lançadas até 15 de agosto.
Na semana passada, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu uma assembleia que havia sido convocada por membros do partido para destituir a atual executiva nacional, em mais um capítulo de uma disputa interna que se arrasta desde 2021, quando Levy Fidelix, o fundador do partido, morreu.
Ainda pesa sobre a pré-candidatura o fato de que, como o PRTB não elegeu nenhum deputado federal em 2022, o empresrário não terá tempo de TV e as emissoras não precisam convidar Marçal a debates, a não ser que sejam feitas coligações com outras siglas.
Marçal tem conversado com lideranças do União Brasil nas últimas semanas. Devido à baixa representação no Congresso, o PRTB também tem um fundo eleitoral reduzido para a campanha deste ano, de apenas R$ 3,4 milhões.
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