Internacional

Seis militares morrem em campo minado por rebeldes, na Colômbia

Dissidentes das FARC e rebeldes do ELN seriam responsáveis por "área preparada com explosivos"

Agência O Globo - 05/07/2024
Seis militares morrem em campo minado por rebeldes, na Colômbia
Seis militares morrem em campo minado por rebeldes, na Colômbia - Foto: Reprodução/internet

Seis militares morreram nesta quinta-feira em uma zona rural do noroeste da Colômbia após caírem em um campo minado em meio a confrontos com rebeldes, confirmou o exército à AFP.

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O pelotão "caiu em uma área preparada com explosivos" durante uma manobra de realocação após um "combate de encontro" com estruturas do Estado-Maior Central (EMC) — dissidentes das FARC — e do Exército de Libertação Nacional (ELN) na vereda de Coposa, pertencente ao município de Valdivia, no departamento de Antioquia, afirma um relatório das Forças Militares divulgado na quinta-feira.

Quatro militares morreram instantaneamente e seis ficaram feridos. Posteriormente, outros dois combatentes faleceram. Passadas as 18h locais (20h no horário de Brasília) , o exército confirmou à AFP que entre os mortos havia cinco soldados e um suboficial responsável pelo pelotão.

"Lamentável a morte de seis soldados em campo minado de Valdivia, Antioquia. Mais jovens mortos na guerra da ganância. Meu sentido pêsames às suas famílias de colombianos e colombianas decentes", escreveu o presidente Gustavo Petro em sua conta na rede social X.

Um relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) divulgado na quarta-feira estima que, em 2024, 117 pessoas foram vítimas de minas antipessoais na Colômbia.

O ELN comemora nesta quinta-feira seu 60º aniversário e mantém, entre tropeços, diálogos de paz com o governo do presidente de esquerda Gustavo Petro desde o final de 2022. Especialistas consideram que a tentativa de desarmar cerca de 5,8 mil membros da organização avança muito lentamente.

O EMC é o maior grupo de dissidentes da extinta guerrilha FARC, que se afastaram do acordo de paz de 2016 entre esse grupo rebelde e o governo de Juan Manuel Santos (2010-2018), e reúne cerca de 3,5 mil combatentes. Segundo a delegação de paz do governo de Petro, cerca de metade deles se afastaram das negociações atuais, entre eles Iván Mordisco, que até abril se pensava ser o líder absoluto.

"A macabra aliança entre o ELN e dissidências das FARC deixam Antioquia e o país de luto", afirmou o governador de Antioquia, Andrés Rendón, em um vídeo divulgado nas redes sociais, que solicitou ao governo de Petro pôr fim ao cessar-fogo, a seu critério um "mecanismo enganoso", pactuado com ambas as estruturas para as negociações de paz.

O Exército Nacional da Colômbia lamentou as mortes via Instagram: "Rejeitamos o vil assassinato de seis de nossos soldados que cumpriam a missão de proteger os habitantes de Valdivia, Antioquia, que foram atacados covardemente pela ativação de uma área preparada com artefatos explosivos pelo EMC (...) Seu sacrifício jamais será esquecido. Paz em suas tumbas", diz o post.

"Condenamos com veemência esses crimes que atentam contra os membros das Forças Armadas e expõem a população civil. Denunciaremos às autoridades competentes a violação dos direitos humanos e infrações ao direito internacional humanitário", completa.