Internacional
Sem refeições por medida do governo, Universidade na Argentina produz 'super sopa' para refeitórios populares
Receita inclui 'carne, arroz, ervilhas, cenouras, batatas' e é produzida 'em latas de quatro litros', cada uma delas rendendo cerca de 50 porções

A Universidade Nacional de Quilmes, na Argentina, iniciou a produção de milhares de porções de uma "super sopa" altamente nutritiva para distribuí-la em refeitórios populares em um momento em que centenas deles afirmam não receber alimentos do governo, anunciou o reitor da instituição nesta quinta-feira.
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"A 'super sopa' é destinada sobretudo aos refeitórios populares e às escolas. A ideia é que as pessoas necessitadas possam contar com este alimento com qualidade nutritiva", disse Alfredo Alonso à rádio AM750.
A iniciativa surgiu em um cenário no qual o governo do presidente Javier Milei é alvo de críticas por atrasar a entrega de alimentos a estes estabelecimentos enquanto eles estão sendo auditados, em meio a uma longa crise econômica que empurrou mais de metade da população à pobreza nos últimos anos.
A 'super sopa' foi desenvolvida por estudantes do curso de Engenharia de Alimentos após a eclosão social de 2001 que deixou a Argentina no caos político e na pior crise econômica de sua história. A receita inclui "carne, arroz, ervilhas, cenouras, batatas" e é produzida "em latas de quatro litros. Cada uma dá para 50 porções", explicou o reitor.
Já foram produzidas 156 latas, o equivalente a 7.800 porções desta sopa, que "tem um alto valor nutricional" e pode ser armazenada por até dois anos. O objetivo é "recuperar uma produção muito importante porque a necessidade dos refeitórios de bairros é cada vez mais urgente", disse Alonso, que dirige esta universidade na periferia sul de Buenos Aires com cerca de 34 mil alunos.
A Ministra do Desenvolvimento Social, Sandra Pettovello, ficou no centro da polêmica em maio, quando foi divulgado que sua pasta estava armazenando toneladas de alimentos e recorreu de uma ordem judicial que a obrigava a distribuí-los. Ela também recusou ir ao Congresso para dar explicações.
Assim como outros centros de ensino superior do país, a Universidade Nacional de Quilmes teve seu orçamento congelado no mesmo valor de 2023, quando a inflação em termos anuais era de 280% em maio.
A Argentina atravessa uma forte recessão econômica com o aumento do desemprego e da pobreza. Somente na capital Buenos Aires, a cidade mais rica, a taxa de indigência dobrou, saltando para 16% no primeiro trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2023.
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