Economia

Ministro da Agricultura diz que Brasil não deve realizar novo leilão de arroz

Governo deve priorizar incentivos à produção nacional para a estabilização dos preços. Certame foi cancelado por suspeita de irregularidade

Agência O Globo - 03/07/2024
Ministro da Agricultura diz que Brasil não deve realizar novo leilão de arroz
Carlos Fávaro - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o Brasil não deve realizar novos leilões para importar arroz. O anúncio foi feito durante durante uma entrevista à Globonews na manhã desta quarta-feira.

O leilão de arroz idealizado pelo governo tinha como objetivo comprar o alimento importado para manter a oferta e o preço do grão no país após as enchentes causadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. Mas foi cancelado em 11 de junho, após suspeitas de irregularidade.

À colunista do GLOBO Renata Agostini, Fávaro já havia sinalizado na semana passada que não havia previsão nem certeza para a liberação de novos editais para um eventual leilão.

A Polícia Federal abriu um inquérito após duas empresas ligadas ao ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, serem selecionadas para intermediar a venda de arroz. Geller também foi exonerado do cargo — e nega qualquer irregularidade.

- Tivemos problemas, é fato, nós cancelamos esses leilões. Mas o fato real é que, com a sinalização de disponibilidade do governo de comprar arroz importado e abastecer o mercado brasileiro, além da volta da normalidade em estradas, os preços do arroz já cederam e voltamos aos preços normais - disse o ministro.

Segundo ele, o governo tem edital pronto e fará reunião com a Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e representantes da indústria nesta quarta.

- Vamos buscar alguns compromissos com eles, de estabilidade de preço, de logística e frete. Eles podem nos dizer o momento (para fazer) alguma intervenção do governo, se necessária. Por ora é mais prudente, já que os preços cederam, que a gente tome outras atitudes de estímulo à produção. Não se faz necessário novos leilões de importação - completou Fávaro.