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‘Isso não é um teste’: países se preparam para chegada de furacão Beryl, que traz ‘ventos com risco de vida’

Tempestade se fortaleceu e chegou à categoria 4 de 5, levando nações do Caribe a emitirem alertas

Agência O Globo - 30/06/2024
‘Isso não é um teste’: países se preparam para chegada de furacão Beryl, que traz ‘ventos com risco de vida’

Beryl, o primeiro furacão da temporada atlântica de 2024, fortaleceu-se desde sua formação no final da sexta-feira e, neste domingo, tornou-se uma tempestade de categoria 4 "extremamente perigosa", de uma escala com cinco níveis, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos. O avanço levou países do Caribe a emitirem alertas e se prepararem para sua chegada.

O furacão deve trazer “ventos com risco de vida e tempestade” para as Ilhas de Barlavento, a sudeste de Porto Rico e ao norte da Venezuela, enquanto continua se movendo para o Oeste, disse o NHC no sábado. Ventos sustentados estavam chegando a 85 mph, disseram meteorologistas na noite de ontem.

Um alerta foi emitido para Barbados, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Granada. As ilhas da Martinica e Tobago estavam sob um aviso de tempestade tropical, enquanto Dominica estava sob um alerta de tempestade tropical.

Uma tempestade forte o suficiente para ser nomeada neste extremo Leste no Atlântico é incomum para junho, escreveu John Cangialosi, um meteorologista do centro de furacões, em um comunicado na sexta-feira. “Houve apenas algumas tempestades na história que se formaram no Atlântico tropical central ou oriental no início do ano”, escreveu ele.

Países se preparam

Autoridades em Barbados, São Vicente e Granadinas e Granada pediram aos moradores que se preparassem à medida que o furacão se aproximava. — Isso não é um teste, isso é sério — disse Dickson Mitchell, o primeiro-ministro de Granada, que deve receber aproximadamente três meses de chuva dentro de 12 horas.

Ralph Gonsalves, primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, disse que 2 polegadas de chuva consistente geralmente resultam em inundações na capital Kingstown, e que “4 polegadas, sem dúvida, inundarão a cidade”.

Mas Gladwyn Taylor, que dirige um restaurante sazonal em Port Elizabeth, Bequia, uma ilha em São Vicente e Granadinas, disse no sábado que as pessoas não estavam pensando muito sobre o furacão. Ele contou que estava adotando uma abordagem de esperar para ver: — Amanhã eu vou sair e fazer algumas coisas.

Em Barbados, que recebeu cerca de 36 mil visitantes para a final da Copa do Mundo de Críquete T20 entre a índia e a África do Sul, realizadas no sábado, longas filas se estendiam de supermercados e postos de gasolina, enquanto moradores e visitantes estocavam água engarrafada e alimentos enlatados.

Espera-se que a temporada de furacões seja movimentada

Meteorologistas alertam que a temporada de furacões no Atlântico de 2024 pode ser muito mais ativa do que o habitual. No final de maio, a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) previu 17 a 25 tempestades nomeadas neste ano, um número “acima do normal”.

A previsão está em linha com mais de uma dúzia de estimativas no início do ano de especialistas em universidades, empresas privadas e agências governamentais. As temporadas de furacões produzem, em média, 14 tempestades nomeadas.

As perspectivas sazonais de furacões foram significativamente agressivas porque os meteorologistas viram uma combinação de circunstâncias que não existiam em registros que remontam a meados dos anos 1800: temperaturas recordes de água quente no Oceano Atlântico e a formação potencial do padrão climático conhecido como La Niña.

O La Niña ocorre no Pacífico por causa da mudança das temperaturas do oceano, e afeta os padrões climáticos globalmente. Quando é forte, normalmente fornece um ambiente calmo no Atlântico. Isso permite que as tempestades se desenvolvam com mais facilidade e se fortaleçam sem interferência de padrões de vento que, de outra forma, poderiam impedi-los de se organizar.