Economia

Ex-CEO e ex-diretora da Americanas têm nomes incluídos na lista da Interpol

Os dois estão fora do Brasil e são alvos de mandados de prisão por suposta fraude contábil

Agência O Globo - 27/06/2024
Ex-CEO e ex-diretora da Americanas têm nomes incluídos na lista da Interpol
Foto: Tania Rego/Agência Brasil

A Polícia Federal incluiu os nomes do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, e a ex-diretora da varejista, Anna Christina Ramos, na Difusão Vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol). Os dois estão fora do Brasil e são alvos de mandados de prisão por suposta fraude contábil no montante de R$ 25,3 bilhões.

Entenda: Polícia Federal faz operação nesta quinta-feira contra ex-diretores da Americanas

'Cinco dias sem dormir direito': a saga do idoso com câncer que viu o plano de saúde subir de R$ 2,7 mil para R$ 11 mil

Em outras ocasiões, Gutierrez e Saicali negaram irregularidades. De acordo com a PF, os executivos praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que consiste numa operação na qual a varejista consegue antecipar o pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto aos bancos. De acordo com o colunista Lauro Jardim, o ex-CEO vive em Madri há um ano e tem cidadania espanhola.

Também foram identificadas fraudes envolvendo contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

Veja os cuidados: INSS identifica novo golpe contra idosos que cobra para liberação do BPC/Loas

A investigação contou com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na ação de hoje, cerca de 80 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva. Além disso, a Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores destes ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais.

Os mandados foram expedidos pela 10ª Vara Federal Criminal do Rio e decorreram de um esforço conjunto entre a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a CVM. Estão sendo cumpridos também 15 mandados de busca e apreensão.

Delação premiada

A operação da Polícia Federal realizada nesta quinta-feira contra uma suposta fraude contábil no montante de R$ 25,3 bilhões na Americanas contou com a delação premiada firmada por dirigentes da empresa, segundo o Ministério Público Federal.

Em nota, a PF informou que a investigação revelou ainda fortes indícios da prática do crime de manipulação de mercado, uso de Informação privilegiada, também conhecido como "insider trading”, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os investigados poderão cumprir pena de até 26 anos de reclusão.