Internacional
Crise por escassez de água no Canal do Panamá ainda não acabou, alerta administradora
Ao contrário de outras vias, como o Canal de Suez, no Egito, o panamenho, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, funciona com água da chuva, obtida de lagos artificiais
A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) advertiu nesta quarta-feira que a crise enfrentada pela via interoceânica devido à seca ainda não acabou, apesar de a maioria das restrições ao trânsito de navios já terem sido levantadas. A entidade afirma que "a via aquática continua enfrentando o impacto da prolongada temporada seca, que limitou no ano passado a capacidade de travessias diárias" e que "apesar da chegada da temporada de chuvas, o problema hídrico do Panamá e seu Canal não termina".
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"A crise hídrica é um lembrete de que as mudanças climáticas e seus efeitos são uma realidade que requer atenção imediata e ações concretas", acrescentou a operadora.
Ao contrário de outras vias, como o Canal de Suez, no Egito, o panamenho, por onde passa 6% do comércio marítimo mundial, funciona com água da chuva, que obtém dos lagos artificiais Gatún e Alhajuela.
Em 2023, o Canal do Panamá foi seriamente afetado pela seca causada pelo fenômeno El Niño. A situação obrigou a via, cujos principais usuários são Estados Unidos, China e Japão, a reduzir os cruzamentos diários de navios e a limitar o calado dos barcos, o que reduziu o trânsito de mercadorias. O número de embarcações passou de uma média diária de até 38 navios para 22, enquanto o calado foi reduzido de 15,2 metros para 13,4.
Devido ao aumento das chuvas, o canal tem elevado o trânsito e o calado desde então. A ACP anunciou nesta quarta que, a partir de 5 de agosto, poderão passar até 35 navios por dia, e em 11 de julho o calado será ampliado para 14,6 metros.
Para evitar novas crises, a ACP, uma entidade autônoma do governo, alertou para a necessidade de "identificar fontes alternativas de água" e desenvolver projetos para o seu armazenamento. No ano fiscal de 2023, transitaram pela via panamenha 511 milhões de toneladas de carga, que geraram 3,34 bilhões de dólares (cerca de R$ 18,45 bilhões) de receita.
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