Política
'Não use a dor da nossa família': deputados discutem no Congresso após menção ao assassinato de irmão de psolista; vídeo
Glauber Rocha para Altineu Côrtes bateram boca em meio a um debate sobre a decisão do STF que descriminalizou o porte de maconha

Os deputados Glauber Braga (Psol) e Altineu Côrtes (PL), ambos do Rio, bateram boca e trocaram acusações no plenário, na noite desta terça-feira, após o Supremo Tribunal Federal ( STF) formar maioria para descriminalizar o porte de maconha para uso pessoal. A determinação não representa que o Supremo esteja legalizando ou liberando o uso de entorpecentes.
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Ao classificar a decisão a Suprema Corte como uma "tragédia" para o país e cobrar uma reação do Congresso, o líder do PL citou o assassinato do médico Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, irmão da parlamentar Sâmia Bonfim (Psol-SP), mulher de Glauber, e gerou um pedido de resposta imediato.
— Por favor, não use a dor da nossa família para seus interesses políticos. Lave a boca para falar do falecimento do irmão de Sâmia — advertiu o psolista.
Para Altineu, a liberação do porte de maconha "é uma tragédia para as famílias e os jovens do Brasil", e ainda questiona: "Vai trocar a maconha aonde? Do traficante? Ou vai liberar pra colocar a maconha na farmácia e nos supermercados?". Na sequência, mencionou o cunhado de Glauber.
— Temos aqui uma deputada do Psol, a deputada Samia, querida entre nós, apesar de ideologicamente não estarmos no mesmo campo, que teve um irmão brutalmente assassinado no Rio de Janeiro por traficantes e milicianos. E o que alimenta o tráfico e a milícia? As drogas — disse o deputado.
Ralf Bomfim foi morto em outubro do ano passado em um atentado organizado por criminosos em um bar na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, junto a outros dois médicos.
A fala desagradou Glauber, que disparou acusações contra o parlamentar do PL e o ex-presidente Jair Bolsonaro:
— Se nós quiséssemos de alguma forma tratar de saber de onde vão sair os grandes volumes de drogas, provavelmente perguntaríamos ao ex-presidente que o senhor apoia — disse.
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Em resposta, Altineu acusou Glauber de descontrole e de "arrumar confusão com todo mundo".
— Vossa excelência deve tomar um remédio, deve estar fora de si, porque o assassinato do seu cunhado afetou o Brasil inteiro, as famílias do Rio de Janeiro choraram, do Brasil choraram. Não uso para benefício pessoal, não.
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