Internacional
Julian Assange chega à Austrália após fechar acordo com a justiça dos EUA
Fundador do Wikileaks enfrentou saga de quase 14 anos após revelar segredos de Estado de países estrangeiros
O fundador do Wikileaks, Julian Assange, desembarcou nesta quarta-feira no aeroporto de Camberra, na Austrália, em um aparente desfecho para uma saga de quase 14 anos, incluindo sete confinado na embaixada do Equador em Londres. Após fechar um acordo com a justiça dos EUA, comparecer a um tribunal federal das Ilhas Marianas, no Pacífico, Assange foi apresentado pelas autoridades como "um homem livre".
Quem é Julian Assange: O ativista que Lula defendeu em seu discurso na ONU
O ativista pousou na capital australiana durante uma noite fria, em um jato particular. Assange acenou para fotógrafos e curiosos, e reencontrou a esposa, Stella, que atuou como uma espécie de porta-voz durante o deslocamento do marido, do Reino Unido para as Ilhas Marianas do Norte, e em seguida para a Austrália.
O fundador do WikiLeaks, de 52 anos, compareceu ao tribunal federal das Ilhas Marianas, no Pacífico, na terça-feira, após fechar um acordo com a Justiça americana, divulgado na véspera. Na audiência, a juíza federal Ramona Manglona considerou que os 62 meses cumpridos por Assange em uma prisão de máxima segurança em Londres já foram uma sentença "justa e razoável" e, dessa forma, ele pôde sair do tribunal em liberdade.
Antes de proferir a decisão, ela questionou Assange inúmeras vezes se ele se declararia culpado porque é "de fato culpado dessa acusação" e se ele entendia as consequências, que incluem não poder entrar nos EUA depois disso. O ativista se declarou culpado de obter e divulgar informações relativas à defesa nacional, incentivando uma fonte a fornecer material confidencial.
O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, concedeu uma entrevista coletiva após a chegada de Assange ao país. Ele agradecei aos EUA e ao Reino Unido pela cooperação para encerrar o caso envolvendo o ativista australiano. Albanese também disse que o governo atuou com objetivo de auxiliar um cidadãos do país, quando questionado sobre o custo de toda a operação de retorno de Assange.
— Eu acredito em defender os cidadãos australianos. Como primeiro-ministro da Austrália, você tem oportunidade de fazer a diferença — disse Albanese, que conversou com Assange por telefone.
Embora esteja de volta ao seu país de origem, o fundador do Wikileaks ainda precisa enfrentar certas questões. Stella Assange afirmou que o marido irá pedir um perdão à Presidência dos EUA. O casal também precisará reembolsar US$ 520 mil (R$ 2,8 milhões) ao governo australiano pelo avião que o transportou. Ela pediu doações para pagar.
O australiano foi acusado de divulgar, a partir de 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, entre outros países.
Entre os documentos há um vídeo, filmado em julho de 2007 a partir de um helicóptero, que mostra civis sendo atingidos por tiros, incluindo um jornalista da Reuters e seu motorista, que morreram na ação. (Com AFP)
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