Internacional
Irmão de Assange agradece ao apoio do Papa Francisco, Lula, e outros líderes após libertação do ativista: 'Um esforço global'
Família afirma estar "muito feliz", mas ainda digerindo últimos acontecimentos após anos de negociações
O irmão de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, agradeceu autoridades que se manifestaram em apoio ao ativista, entre eles, o presidente Lula. Em uma entrevista à emissora britânica Sky News, Gabriel Shipton afirmou que figuras como o Papa Francisco e o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, também foram essenciais para a libertação de Assange.
— Eu venho trabalhando em Washington, em congressos defendendo a liberação de Julian, durante os últimos três ou quatro anos. Conquistar a liberdade de Julian Assange tem sido um esforço global, e é crédito de todos — agradeceu Shipton. — Do Papa, que defendeu Julian, o presidente Lula, do Brasil, o primeiro-ministro australiano, todos fizeram parte desse esforço global.
O irmão do ativista ainda falou em nome da família, e afirmou que todos estão muito felizes e ainda digerindo os últimos acontecimentos. Sobre a negociação para a liberação, o irmão afirmou que o processo "levou anos".
— Ele finalmente está livre. Esta tem sido uma campanha incrivelmente longa, que envolveu milhões de pessoas ao redor do mundo, defendendo Julian. O processo levou anos de constante negociação e protestos — afirmou Shipton.
Libertação após 14 anos de disputa judicial
Julian Assange, fundador do WikiLeaks, aceitou, nesta segunda-feira, se declarar culpado de uma acusação de crime de disseminação ilegal de material de segurança nacional, uma das maiores na História do governo americano, em troca de sua liberdade, encerrando um longo e amargo impasse com os Estados Unidos. O processo foi tornado público somente na noite desta segunda-feira, e segundo o WikiLeaks, o australiano deixou a prisão de Belmarsh, no Reino Unido — onde passou 1901 dias —, durante a manhã após receber fiança do Supremo Tribunal de Londres, embarcando para um destino não revelado.
Em julho de 2010, a imprensa mundial publicava 70 mil documentos confidenciais sobre as operações internacionais no Afeganistão, divulgados pelo site WikiLeaks. Em outubro, eram publicados 400 mil relatórios sobre a invasão do Iraque pelos EUA e, um mês depois, o conteúdo de 250 mil telegramas diplomáticos dos EUA.
Em 18 de novembro, a Suécia emitiu um mandado de prisão europeu contra Assange como parte de uma investigação sobre a violação e agressão sexual de duas mulheres suecas em agosto de 2010. O australiano afirma que eram relações consensuais. Assange, que estava em Londres, rendeu-se à polícia britânica no dia 7 de dezembro. Ele fica detido por nove dias e depois vai para prisão domiciliar.
Em fevereiro de 2011, um tribunal de Londres valida o pedido de extradição para a Suécia. O australiano teme ser transferido de lá para os Estados Unidos e enfrentar a pena de morte.
Acordo com a justiça dos EUA
Em 24 de junho de 2024, Assange chegou a um acordo judicial com o sistema de justiça dos Estados Unidos que lhe permitiu ser libertado.
Assange deixou imediatamente o Reino Unido e deve comparecer perante um tribunal federal nas Ilhas Marianas, um território dos EUA no Pacífico, acusado de “conspiração para obter e divulgar informações relacionadas com a defesa nacional”.
"Existe um princípio de acordo entre Julian e o Departamento de Justiça do país, que deve ser ratificado por um juiz das Ilhas Marianas", território americano no Pacífico, declarou Stella Assange, esposa do ativista.
"A acusação diz respeito a atos de espionagem e obtenção e divulgação de informações sobre a defesa nacional", disse. "Estou exultante. Francamente, é simplesmente incrível", afirmou, da Austrália, à rádio BBC.
Julian Assange alcançou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em troca da liberdade, depois de passar cinco anos preso no Reino Unido, segundo documentos judiciais publicados na segunda-feira.
O australiano deixou a penitenciária de Belmarsh, em Londres, e embarcou em um voo no aeroporto de Stansted. "Não tínhamos certeza até as últimas 24 horas de que isto realmente estava acontecendo", afirmou Stella Assange à BBC. "O importante aqui é que o acordo envolve um tempo de prisão cumprido que, se ele assinasse, poderia sair livre", explicou.
Perseguido pelas autoridades americanas por ter divulgado centenas de milhares de documentos confidenciais, o australiano deve comparecer a um tribunal federal na quarta-feira às 9H00 (20h00 de Brasília, terça-feira) nas Ilhas Marianas.
Stella Assange disse à BBC que o fim do processo legal que durou anos, quando seu marido embarcou em um avião de Londres para Bangcoc na segunda-feira, foi um "turbilhão de emoções".
"A prioridade agora é que Julian recupere sua saúde", declarou Stella Assange, com quem o fundador do WikiLeaks tem dois filhos.
"Ele está em péssimo estado há cinco anos e deseja ter contato com a natureza. É isso que ambos queremos agora, ter tempo e privacidade, e simplesmente começar este novo capítulo", concluiu a advogada de 40 anos, que nasceu na África do Sul.
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