Internacional

Cadeira para subir escadas, braço robótico e chip na comida: na China, idosos usam tecnologia para atividades do dia a dia

Com poucos filhos, idosos poderão contar com a tecnologia para monitorar a própria saúde

Agência O Globo - 18/06/2024
Cadeira para subir escadas, braço robótico e chip na comida: na China, idosos usam tecnologia para atividades do dia a dia
Cadeira para subir escadas, braço robótico e chip na comida: na China, idosos usam tecnologia para atividades do dia a dia - Foto: Reprodução / internet

Monitorar a qualidade do sono pela internet, usar um braço robótico para pegar um objeto ou contar as calorias de uma refeição, pode ser a solução para muitos idosos que vivem solitários na China. Com a população cada vez mais envelhecida no país, a tecnologia já se preocupa em acompanhar o dia a dia dessa faixa etária que, em 2022, era pouco mais de 215 milhões de pessoas, em uma população de 1,4 bilhão, segundo dados oficiais. Centenas de aposentados participaram nesta semana de uma feira em Xangai inteiramente dedicada a expor invenções pensadas para facilitar o seu cotidiano.

Peixe raro de 2 metros e 900kg aparece nos Estados Unidos: peixe-lua trapaceiro quase foi confundida com a de uma espécie mais comum

Banda de rock japonesa retira clipe do ar: vídeo fazia alusões preconceituosas a contextos históricos envolvendo Cristóvão Colombo

A população, que aumentou continuamente em 60 anos, está em declínio desde 2020. Um cenário que trouxe a preocupação de uma redução acentuada da população ativa e uma pressão maior sobre o sistema de saúde, uma vez que o país tem cada vez mais idosos.

Com muitas famílias que têm apenas um filho, é pouco provável que eles cuidem exclusivamente de seus pais. A questão foi abordada pelos expositores, que propõem usar a tecnologia como alternativa.

— Somos todos pais com um só filho e nossos filhos têm quase 50 anos, têm seus empregos, suas famílias. Quando formos mais velhos, vamos escolher as estruturas de cuidados propostas pelo governo — admite Shi Wenjun, de 73 anos.

Yu, de 64 anos, observava atentamente a demonstração de uma cadeira automática para subir escadas e de um equipamento para transferir uma pessoa da cama para a cadeira de rodas.

— Hoje em dia há cada vez menos jovens e cada vez mais idosos. Estes produtos inteligentes podem oferecer melhores serviços aos idosos — afirma ele.

Em outro estande, a empresa Innopro, de Shenzhen, conhecida como a capital da tecnologia da China, promete às famílias o monitoramento de alta tecnologia dos hábitos dos idosos, através de relógios inteligentes, detectores de movimento e dispositivos de medição de temperatura. Seus clientes têm acesso a casas de repouso e administrações locais.

— Para as instituições, a esperança é poupar nos custos trabalhistas, porque é necessário fazer monitorações [em cada residente] todas as noites — explica Jin Guohui, funcionário da Innopro.

Diferenças geracionais

Outra empresa do ramo, Eihoo Health Management, que administra refeitórios para idosos, apresenta um prato de comida que acompanha um chip que permite identificar o que está sendo servido. Ao pagar pela refeição, o aparelho lê as informações do chip e oferece um relatório nutricional completo com a quantidade de calorias e a quebra de proteínas, carboidratos e gorduras. Os usuários regulares podem configurar cartões de pagamento que monitoram seu peso, hábitos nutricionais e dados de saúde.

O estande dos estudantes da Universidade Jiao Tong de Xangai expõe um braço robótico que ajuda pessoas com mobilidade reduzida a realizar suas tarefas diárias, como se alimentar ou girar maçanetas.

— Existem diferenças claras entre os idosos da China de hoje em dia e das gerações anteriores — diz Shi Wenjun. — Se os idosos puderem usar tecnologias inteligentes, não vão perturbar os outros.