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Chico Buarque e o futebol: paixão antiga que passa pelo Fluminense e pelo Polytheama
Quando está no Brasil, compositor ainda joga no lendário campo localizado no Recreio dos Bandeirantes que já recebeu nomes como Pelé e Bob Marley

O futebol é paixão inquestionável na vida de Chico Buarque desde que ele era criança. Virou torcedor do Fluminense por influência da mãe, Maria Amélia (1910-2010). Uma curiosidade interessante é que seu pai, o historiador, sociólogo e escritor Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), nasceu dez dias antes da data de fundação do clube das Laranjeiras.
Ainda jovem, Chico adorava jogar futebol de botão. Aos 15 anos, batizou de Polytheama o seu time de mesa. Do grego, o termo significa "muitos espetáculos". Tempo depois, nos anos 1970, já reconhecido como grande compositor, Chico renovou contrato com a Universal e ganhou de presente da gravadora um campinho de futebol no Recreio dos Bandeirantes. O local se tornou o Centro Recreativo Vinícius de Moraes, casa do Polytheama, agora real.
Fizeram parte do time lendário de Chico Buarque, de cores azul e verde-limão, diversos artistas e intelectuais, como músicos, jornalistas e cineastas. Nomes como Fágner, Djavan, Toquinho, Moraes Moreira, Alceu Valença, Carlinhos Vergueiro, Hyldon, o cineasta Ruy Solberg, e Vinícius França (amigo e empresário do compositor) eram frequentes. Também passaram por lá jogadores de futebol profissionais, como Pelé, Nílton Santos, Tostão, Zico, Júnior, Leandro, Reinaldo, Sócrates, Romário e Ronaldinho.
Chico gosta de jogar no meio, é mais dos passes do que das finalizações. Não gosta de adversários violentos que fazem muita falta. Não costuma ficar para as "resenhas" que acontecem após os jogos. E é bom de bola, garantem amigos.
— Ele é fominha pra caramba — brinca o cantor e compositor Hyldon, que jogou "uns 6 anos" no Polytheama. — Chico tem uma certa habilidade e é muito inteligente jogando bola. Era um pensador do time. E também vale lembrar que é um cara que sempre abriu o campo pra todo mundo, o campo nunca foi fechado. Ele deixava o pessoal do Terreirão, comunidade que existe ali no entorno, jogar lá. Só fechou durante a pandemia.
Um episódio ficou na história do Polytheama. Em 20 de março de 1980, ninguém menos que Bob Marley esteve no campo do Recreio para jogar futebol com Chico e companhia. Apesar do frenesi em torno do jamaicano, pelo menos nas quatro linhas, ele não correspondeu:
— Bob era ruim de bola e doidão, nem viu a cor da bola. Levou um sacode lá — lembra Hyldon.
Há muitos anos que o futebol acontece no Centro Recreativo Vinícius de Moraes religiosamente três vezes por semana, às segundas-feiras, quintas e sábados, no início da tarde. Quando está no Brasil, Chico ainda joga. Quando não está, a pelada rola normalmente mesmo na ausência do presidente de honra do clube.
— Eu já vi ele chegar da Europa e ir direto pra lá — conta Hyldon. — A gente organizava campeonatos com vários times. Tinha o Fumeta, do Evandro Mesquita, o Raça e Simpatia, do João Nogueira. Aos sábados, enchia de gente. Houve uma época em que acabava o futebol e rolava pagode, com João Nogueira, Clara Nunes, ia até 1h da madrugada. O Chico sempre trazia os melhores pro time dele. Quando levava alguém ruim, ficava no time contra.
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