Internacional
EUA analisam resposta do Hamas a plano de trégua em Gaza, diz Casa Branca
O grupo propôs alterações à proposta, incluindo um cronograma de cessar-fogo e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza
Os Estados Unidos estão "analisando" a resposta oficial do grupo terrorista Hamas à última proposta de cessar-fogo em Gaza, informou a Casa Branca nesta terça-feira. A resolução, apresentada pelos Estados Unidos e com pressão do governo de Joe Biden, foi aprovada nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU, e prevê cessar-fogo imediato e temporário e trabalharia no sentido do fim permanente da guerra e da reconstrução do enclave.
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Washington recebeu "a resposta que o Hamas entregou ao Catar e ao Egito e estamos analisando-a neste momento", disse aos jornalistas o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que não quis fornecer detalhes sobre o seu conteúdo.
O Hamas deu a sua resposta oficial à proposta nesta terça-feira, apelando à "interrupção total" da "agressão israelense" enquanto os combates se intensificam no território palestino. "A resposta dá prioridade aos interesses do nosso povo palestino e enfatiza a necessidade de um cessar completo da agressão em curso em Gaza", afirmou o Hamas numa declaração conjunta com a Jihad Islâmica.
A resposta veio depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em sua oitava viagem ao Oriente Médio desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que desencadeou a guerra, pressionou o grupo a aceitar o acordo. Segundo uma fonte com conhecimento das negociações, o grupo propôs alterações ao plano, incluindo um cronograma de cessar-fogo e a retirada completa das tropas israelenses de Gaza.
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Três fases
O plano consiste em três fases: a primeira contempla a troca de reféns e prisioneiros, bem como um cessar-fogo de curto prazo; a segunda prevê um "fim permanente das hostilidades", e uma retirada total das forças de Israel de Gaza. Já terceira e última fase prevê o início de um plano plurianual de reconstrução do enclave, amplamente destruído por Israel ao longo de oito meses de guerra.
"A proposta diz que se as negociações demorarem mais de seis semanas para a primeira fase, o cessar-fogo continuará enquanto as negociações continuarem", diz a resolução. O texto também rejeita "qualquer tentativa de mudança demográfica ou territorial na Faixa de Gaza, incluindo quaisquer ações que reduzam o território de Gaza".
Segundo a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, o acordo também reitera o compromisso do Conselho de Segurança acerca de uma solução negociada de dois Estados, "onde israelenses e palestinos possam viver lado a lado e em paz dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com o direito internacional e as resoluções relevantes da ONU".
A resolução começou a ser redigida e negociada poucos dias após o presidente americano, Joe Biden, ter anunciado, em 31 de maio, que Israel havia apresentado um acordo de cessar-fogo.
A guerra eclodiu depois do ataque do Hamas, em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses. Também capturaram 251 reféns, mais de 100 dos quais foram libertados durante uma trégua em novembro. No sábado, as Forças Armadas de Israel resgataram mais quatro prisioneiros, e 116 reféns permanecem no enclave, embora o Exército afirme que 41 deles estão mortos.
Em resposta ao ataque de outubro, Israel lançou uma ofensiva devastadora no território palestino que deixou pelo menos 37.164 mortos, a maioria deles civis, segundo o Ministério da Saúde do enclave governado pelo Hamas.
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