Esportes
Proibida pela França de usar véu, velocista mulçumana usa boné em corrida de revezamento
Sounkamba Sylla encontrou uma foma de driblar regra do Ministério dos Esportes que veta adereços de cunho religioso a atletas que representem o país
![Proibida pela França de usar véu, velocista mulçumana usa boné em corrida de revezamento](http://img.dhost.cloud/d8Ox9mGqTnKoWKwM1wmnDLw2M4g=/840x520/smart/s3.tribunadosertao.com.br/uploads/imagens/sounkamba.jpg)
Sounkamba Sylla, de 25 anos, tomou toda a atenção na disputa do revezamento misto 4x400 metros no Campeonato Europeu, em Roma, na última sexta-feira. Ela usou um boné durante a competição para não mostrar seus cabelos, um preceito de sua religião. A atitude é parte de uma disputa entre a Federação Francesa de Atletismo, que a apoia, e o Ministério dos Esportes da França, que vetou o uso de acessórios de cunho religioso para manter a laicidade do Estado em 2023.
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Desde o anúncio de sua convocação para o campeonato, Sounkamba foi pressionada a disputar sem o véu ou a desistir de sua vaga, assim como outras atletas mulçumanas. Entretanto, a Federação Francesa de Atletismo manteve o apoio à competidora.
De acordo com o Le Parisien, proibida de representar o país com um hijab — o adereço mais conhecido usado pelas muçulmanas para esconder os cabelos —, Sounkamba tentou disputar uma competição há algumas semanas com um véu simples, mas foi repreendida pelo Ministério, que considerou o fato uma afronta ao comunicado realizado no ano anterior.
Depois disso, buscando uma forma de conciliar religião e esporte, Sounkamba foi para a pista na sexta-feira com um boné. O revezamento do qual ela fez parte terminou com um dos atletas desqualificados, o que o deixou na oitava e última colocação. Mas o Campeonato Europeu só termina nesta quarta-feira, e o assunto continua em discussão entre os franceses, a poucas semanas do início dos Jogos.
Para o Ministério, o posicionamento não muda. No comunicado sobre o caso, deixa claro que a atleta deve seguir as ordens por representar o país, logo, deveria seguir um "princípio da neutralidade dos agentes do serviço público", em nota ao Le Parisien.
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