Internacional
Narendra Modi toma posse como primeiro-ministro da Índia pela terceira vez
Acompanhado por autoridades de seu partido nacionalista, Modi prometeu proteger a constituição indiana
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, tomou posse neste domingo para um terceiro mandato, depois de resultados eleitorais piores do que o esperado o terem deixado dependente de parceiros da coligação para governar. Modi, acompanhado por autoridades do seu partido nacionalista hindu e líderes dos seus parceiros de coligação, prometeu numa cerimónia proteger a constituição da Índia.
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Ao contrário das duas últimas eleições, desta vez o partido de Modi não conseguiu uma maioria absoluta no Parlamento, dependendo de uma aliança com mais 14 siglas para formar seu governo. Segundo analistas, o recado das urnas foi claro e o período de hegemonia de sua legenda, o Bharatiya Janata (BJP), e da política nacionalista hindu imposta nos últimos 10 anos pode estar começando a ruir.
Depois de abocanhar sozinho 282 assentos nas eleições de 2014, e inéditos 303 em 2019, agora o BJP terá de governar com 62 parlamentares a menos em relação ao último mandato. O principal revés veio de Uttar Pradesh, o estado mais populoso da Índia e que costumava ser uma fortaleza para o partido.
Com 80 assentos parlamentares, essa potência agrícola do norte do país tem influência significativa nas eleições gerais. Em 2014 e 2019, o BJP conquistou 71 e 62 dessas cadeiras, respectivamente, o que ajudou a impulsionar sua ascensão ao governo central. Mas em 2024, reteve apenas 33 assentos, com sua aliança adicionando mais três. Foram 29 a menos do que na última eleição. Mais notavelmente, perdeu no distrito eleitoral de Faizabad, onde Modi inaugurou, no início deste ano, um gigantesco templo hindu no local de uma mesquita centenária destruída por nacionalistas hindus na década de 1990.
Desde que o BJP chegou ao poder, em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu em média mais de 7% ao ano, com um pico de 9,05% em 2021, segundo dados oficiais. Isso fez com que a Índia ultrapassasse o Reino Unido como a quinta maior economia no ano passado e, de acordo com analistas financeiros, está no caminho para ultrapassar o Japão e a Alemanha e alcançar o terceiro lugar até 2027. Mas a desigualdade social — que já era acentuada — também aumentou: as parcelas de renda e riqueza do 1% mais rico estão em seu nível histórico mais alto, 22,6% e 40,1%, respectivamente, e entre as mais altas do mundo, acima até mesmo da África do Sul, do Brasil e dos EUA, de acordo com um estudo recente.
Para analistas, os indianos deram seu recado nas urnas: apesar dos temores quanto à saúde da democracia indiana, classificada como "parcial" pela Freedom House, os eleitores seguem dispostos a defendê-la.
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