Internacional
Biden na França: 'Me recuso a acreditar que grandeza dos EUA está no passado'
Em discurso na França nesta sexta-feira, 7, o presidente americano, Joe Biden, defendeu a democracia e declarou que se nega a acreditar que "a grandeza dos Estados Unidos pertence ao passado". A fala do presidente, que ecoou temas centrais de sua candidatura, foi realizada durante os eventos do 80º aniversário do Desembarque na Normandia.
Um dia depois de se reunir com veteranos da Segunda Guerra Mundial e de declarar durante uma comemoração do Dia D que "a democracia nunca está garantida", Biden apoiou-se mais fortemente em um dos objetivos internos da sua visita a França: traçar um nítido contraste com o seu antecessor e principal rival político, Donald Trump.
"Me recuso a acreditar que a grandeza da América seja uma coisa do passado", disse Biden numa referência implícita ao slogan da campanha de Trump "Make America Great Again" (em tradução livre, "torne a América grande novamente").
Biden fez seu discurso na Pointe du Hoc, um penhasco à beira-mar no qual as tropas americanas Rangers capturaram os alemães em 6 de junho de 1944, pouco depois do Desembarque na Normandia, no noroeste de França. Esse é o compromisso público mais significativo durante a sua viagem de cinco dias à França.
"Quem pode duvidar que os Estados Unidos se lançariam contra a agressão de presidente russo Vladimir Putin na Europa? (...) Quem pode acreditar que estes Rangers iriam querer que os Estados Unidos se afastassem hoje?", perguntou Biden.
Em sua fala, Biden sugeriu que os "fantasmas" dos 225 homens Rangers estavam apelando aos americanos de hoje para enfrentarem os desafios modernos do isolacionismo, da intolerância e do retrocesso democrático.
"Eles invadiram as praias ao lado de seus aliados. Alguém acredita que esses Rangers querem que a América siga sozinha hoje?" Biden disse. "Eles lutaram para derrotar uma ideologia odiosa dos anos 30 e 40. Alguém duvida que eles moveriam céus e terras para derrotar as ideologias odiosas de hoje?"
Embora Biden tenha mencionado Trump diretamente, não passou despercebido aos ouvintes que muitas das suas advertências sobre os perigos dos impulsos autoritários e isolacionistas se enquadram no argumento central da sua campanha contra o antigo presidente. Biden, que disse no passado que a própria democracia dos Estados Unidos está em jogo nas próximas eleições, procurou aproveitar o cenário do 80º aniversário do Dia D para soar o alarme sobre o avanço das forças antidemocráticas em todo o mundo, bem como como em casa.
"Quando falamos sobre democracia - democracia americana - muitas vezes falamos dos ideais de vida, liberdade e busca da felicidade", disse Biden. "O que não falamos é o quão difícil é. O instinto mais natural é ser egoísta, forçar a nossa vontade sobre os outros, tomar o poder e nunca desistir."
Desculpas a Zelenski
Biden, que se concentrou na guerra na Ucrânia e não no Oriente Médio durante a sua viagem à França, reuniu-se com o presidente ucraniano Volodmir Zelenski nesta sexta-feira em Paris e pediu desculpas pelo longo atraso na aprovação de um pacote de ajuda militar no Congresso.
Biden culpou alguns legisladores "muito conservadores" por atrasar o pacote de ajuda de US$ 61 bilhões que foi aprovado em abril, e anunciou um adicional de US$ 225 milhões em assistência.
"Você não se curvou. Você não cedeu nada. Você continuou lutando de uma forma realmente notável", disse Biden a Zelenski. "Não vamos nos afastar de você."
De acordo com uma declaração do Pentágono, o anúncio de sexta-feira inclui mísseis para defesa antiaérea, munição para o sistema de lançamento de foguetes Himars, projéteis e mísseis de artilharia e granadas.
Na quinta-feira, 6, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o envio de caças Mirage-2000 e o treinamento de pilotos ucranianos na França nos próximos meses. Macron também indicou que a França propôs treinar 4.500 soldados em território ucraniano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
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