Internacional
Israel, Hamas e Jihad Islâmica serão incluídos em 'lista da vergonha' da ONU; governo israelense critica decisão
Relatório será publicado até o fim de junho, e embaixador de Israel nas Nações Unidas classifica decisão como 'imoral'; documento aborda violações dos direitos das crianças durante conflitos
O embaixador israelense na ONU, Gilad Erdan, anunciou nesta sexta-feira que foi notificado sobre a inclusão de Israel na "lista da vergonha" da organização sobre violações dos direitos das crianças durante conflitos e disse estar "chocado e enojado" com a decisão. O relatório anual “Crianças e Conflitos Armados” do secretário-geral da ONU, António Guterres, deve ser publicado até o fim de junho, e uma fonte diplomática informou à AFP que o Hamas e a Jihad Islâmica também serão incluídos no documento.
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— Esta é uma decisão imoral, que só ajuda o terrorismo e recompensa o Hamas — afirmou em um vídeo publicado em sua conta do X (antigo Twitter).
Na legenda, Erdan afirmou ainda que a decisão é " ultrajante e errada" porque "o Hamas tem utilizado crianças para o terrorismo e utiliza escolas e hospitais como instalações militares." O embaixador também alegou na publicação que o Exército de Israel é o "mais moral do mundo" e voltou a fazer críticas a António Guterres.
"O único que está na lista da vergonha é o secretário-geral que incentiva e encoraja o terrorismo e é motivado pelo ódio contra Israel", escreveu Erdan, afirmando que Guterres deveria ter "vergonha de si mesmo".
O relatório lista as violações dos direitos das crianças em cerca de 20 zonas de conflito em todo o mundo e identifica em um anexo os responsáveis por essas violações: a chamada "lista da vergonha", que inclui casos de crianças mortas e mutiladas, recrutadas, sequestradas ou abusadas sexualmente.
No ano passado, as Forças Armadas russas e os grupos armados "afiliados" a Moscou foram incluídos na "lista da vergonha" da ONU. No entanto, esse não foi o caso de Israel, para grande desânimo das organizações de direitos humanos que há anos pedem sua inclusão. A ONU alertou em seu relatório de 2022 que Israel seria adicionado à lista se não houvesse nenhuma melhora.
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O relatório do ano passado observou "uma redução significativa no número de crianças mortas pelas forças israelenses, inclusive em ataques aéreos" entre 2021 e 2022. Mas a guerra entre Israel e o Hamas, desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes do Hamas contra Israel — que matou 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fez mais de 240 reféns — mudou a situação.
Em resposta ao ataque de 7 de outubro, o Exército israelense lançou uma ofensiva mortal na Faixa de Gaza. Mais de 36,6 mil palestinos, a maioria mulheres e crianças, foram mortos, de acordo com o último relatório divulgado na sexta-feira pelo Ministério da Saúde de Gaza.
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