Internacional
Biden diz que Putin 'não é um homem decente' e anuncia nova ajuda militar de R$ 1,18 bilhão à Ucrânia
Presidente americano se reuniu com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, nesta sexta-feira, em Paris
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 225 milhões (R$ 1,18 bilhão), nesta sexta-feira, em um encontro com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris. Em meio às comemorações de 80 anos do Dia D, o conflito no Leste Europeu dividiu as menções com os fatos históricos, com o democrata criticando abertamente o presidente russo, Vladimir Putin — quem disse não ser "um homem decente".
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Durante o encontro com Zelensky, Biden se desculpou pela demora americana em aprovar os últimos envios à Kiev, que enfrenta dificuldades de reposição de munições e outros equipamentos bélicos no front. O democrata fez menção a dificuldade de entendimento no Congresso americano, mas que a questão está superada.
— Peço desculpas pelas semanas sem saber o que iria ser aprovado, em termos de financiamento, porque tivemos problemas para conseguir o projeto de lei que tínhamos que aprovar, que continha dinheiro — disse Biden. — Alguns de nossos membros muito conservadores estavam impedindo isso.
O presidente americano também fez um aceno ao esforço de guerra ucraniano, que descreveu como "o baluarte contra a agressão que está ocorrendo". Ontem, durante um discurso nas praias da Normandia, Biden já havia dito que a Ucrânia não poderia ser subjugada, sob risco da agressão russa se espalhar pela Europa.
— Ainda estamos dentro. Completamente — disse Biden nesta sexta.
A reunião dos líderes ocidentais na França, sob pretexto de celebrar os 80 anos do Dia D, tornou-se um momento de reafirmação do apoio dos aliados à Ucrânia, que luta uma guerra de desgaste com a Rússia. O convite a Zelensky colocou o conflito em evidência mesmo antes do desembarque dos presidentes e premiês no país.
Os discursos marcaram uma forte oposição ao que é classificado pela Otan como uma guerra de conquista lançada pela Rússia contra a Ucrânia. Tanto Zelensky quanto seus aliados traçaram paralelos entre o conflito atual e a Segunda Guerra Mundial — no sentido de luta da liberdade contra o autoritarismo.
'Não é um homem decente'
Em um discurso na Normandia, na quinta, Biden já havia se referido à Rússia como uma autocracia, mas evitou citar diretamente Vladimir Putin. Em uma entrevista à rede americana ABC News, porém, ele criticou abertamente o líder russo.
— Conheço [Putin] há 40 anos. Ele me preocupa há 40 anos — disse Biden. — Ele não é um homem decente, ele é um ditador e está lutando para manter seu país unido e ao mesmo tempo manter esse ataque [à Ucrânia] em andamento.
As tensões entre Otan e Rússia aumentaram nas últimas semanas, após autoridades ocidentais autorizarem o uso de armas cedidas à Ucrânia contra o território russo. Em uma coletiva de imprensa na quarta-feira, Putin classificou a manobra como perigosa e ameaçou enviar armas de longo alcance para países inimigos do Ocidente.
Na entrevista de quinta, Biden disse que a autorização dada a Kiev tinha um escopo limitado.
— Não estamos falando em dar armas [à Ucrânia] para atacar Moscou, para atacar o Kremlin. Estamos falando do outro lado da fronteira, de onde estão recebendo fogo significativo de armas convencionais usadas pelos russos para entrar na Ucrânia, matar os ucranianos — disse o presidente na entrevista. (Com AFP e NYT)
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