Internacional
Zelensky convida Biden para conferência de paz da Ucrânia, mas Casa Branca vai enviar vice-presidente
Líder ucraniano acusa China de boicotar participação de países na cúpula em retaliação ao fato de a Rússia não ter sido convidada, o que Pequim nega
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, viajará para a cidade suíça de Lucerna, no dia 15 de junho, para participar da Conferência de Paz da Ucrânia, anunciou a Casa Branca em um comunicado nesta segunda-feira, dias após o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter convidado seu homólogo americano, Joe Biden, a comparecer pessoalmente à reunião.
Harris, que comparecerá ao evento com o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, destacará “o compromisso” do governo dos EUA de “encorajar os esforços da Ucrânia para garantir uma paz justa e duradoura, baseada na soberania, na integridade territorial e nos princípios da Carta das Nações Unidas”, e pretende “reafirmar o apoio [americano] ao povo ucraniano enquanto se defende da agressão russa”.
Zelensky havia convidado Biden — que participará pouco antes da cúpula do G7 na Itália — a prolongar a sua estadia na Europa e a participar pessoalmente do encontro na Suíça. Mas, segundo a imprensa americana, o líder democrata, de 81 anos e em campanha para a reeleição em novembro, decidiu retornar aos EUA para participar de um evento de arrecadação de fundos na Califórnia, com a presença de estrelas como George Clooney, Julia Roberts, entre outros.
Segundo Zelensky, mais de 100 países e organizações se comprometeram a participar da cúpula na Suíça, apesar de um suposto boicote da China em retaliação ao fato de a Rússia não ter sido convidada para a reunião, uma acusação que Pequim nega.
— Usar a política da força não é o estilo da diplomacia chinesa (...) A posição da China é aberta e transparente, e em nenhuma circunstância estamos pressionando outros países — afirmou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, aos repórteres nesta segunda-feira.
Falando de Cingapura, onde estava participando de um fórum de segurança, Zelensky disse no domingo que a China estava trabalhando para “impedir” que alguns países participassem da cúpula na Suíça:
— A China hoje se esforça para impedir que os países participem da cúpula da paz — afirmou aos jornalistas à margem do evento.
Dois dias antes, Pequim disse acreditar que a cúpula da paz "deveria ter o reconhecimento da Rússia e da Ucrânia, a participação igual de todas as partes", e que consideraria “difícil” participar do evento se Moscou não fosse convidado.
— A China espera sinceramente que essa conferência de paz não se torne uma plataforma para criar confrontos entre os lados — acrescentou Mao Ning nesta segunda-feira. — Não participar da conferência não significa que não apoiamos a paz.
Pequim afirma ser neutro nesse conflito, mas nunca condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 e recebeu o presidente russo, Vladimir Putin, diversas vezes desde o início da guerra.
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