Internacional
Parente de brasileiros feridos no Líbano pede socorro para retirar crianças de zona de ataque
Casa onde família mora, no sul do Líbano, foi bombardeada
Após os bombardeios que deixaram Fatima Boustani e dois de seus quatro filhos feridos no Líbano, familiares das vítimas estão pedindo às autoridades brasileiras que transfira com urgência Mariam, de 7 anos e Wajih, de 12 anos, para uma área segura.
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Atualmente, os dois estão na casa de familiares no interior do Líbano, região próxima à Israel onde os ataques estão concentrados. Fátima está em estado grave na UTI, com sangramentos na cabeça e no pulmão. Seus dois filhos, Ali e Zahraa estão internados com ferimentos por diversas partes do corpo.
— A mãe está entre a vida e a morte. As crianças estão perdidas, não sabem com quem falar, sem a mãe e sem o pai. Elas estão em região de muito ataque. Estamos pedindo socorro para trazer pelo menos essas crianças para Beirute [capital do Líbano] — contou Hussein Ezzddein, primo do casal que mora no Brasil, ao GLOBO.
Fátima e seus dois filhos aguardam autorização médica para a transferência, segundo Ezzddein. A expectativa é que dentro de 24h, dependendo da evolução do estado de saúde, a família saberá se será ou não possível a locomoção para um hospital fora da área de risco.
— A gente precisa que as autoridades brasileiras tragam as crianças e a Fátima para aqui, com médicos mais especialistas. O pai está mal, ele precisa dos filhos, da família dele.
Na tarde deste sábado, a casa da família, em Saddikine, no Sul do Líbano, foi destruída por um bombardeio em meio aos ataques das forças armadas israelenses e do Hezbollah.
Na hora do ataque, Fátima estava em casa com Zahraa e Ali. As crianças viam televisão no momento do bombardeio. Zahraa chegou a ver a mãe desacordada enquanto era socorrida e estava em estado de choque, sem conseguir falar. Ela precisou passar por duas cirurgias na perna para estancar um sangramento e está acordada no hospital. Ali teve ferimentos leves nas pernas, cabeça e mãos nas hora da explosão e está na enfermaria do hospital.
— Estamos conversando com a embaixada e esperando a melhora da Fátima. O médico pediu mais 24h para ver a evolução da situação para ver se conseguimos a transferência para Beirute. Sobre as outras crianças, a embaixada ainda não nos deu retorno.
O pai das crianças, Ahmad Aidibi, está em São Paulo, em estado de choque. O primo relata que Aidibi não tem dormido, comido, tendo ataques de pânico:
— Ele está em estado de choque, chorando. Não dorme, não come, está depressivo. Ele só fala que quer os filhos e a esposa. Já pedi ajuda psicológica.
Itamaraty
Em nota, o Itamaraty afirmou que embaixada do Brasil em Beirute está em contato com os familiares e com a equipe médica e presta o apoio consular e que desde o começo dos ataques mantém contato regular com os brasileiros residentes no Sul do Líbano.
“O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes”, diz o texto.
Sobre os feridos, o Itamaraty afirma apenas que estão sendo tratados no Hospital Libanês Italiano, em Tiro, e não dá informações sobre o pedido de retirada da área de risco.
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