Geral

Probióticos versus prebióticos: qual é a diferença, afinal?

Esses compostos, encontrados em alimentos, ajudam a manter a microbiota intestinal saudável e podem contribuir para uma boa saúde

Agência O Globo - 01/06/2024
Probióticos versus prebióticos: qual é a diferença, afinal?

Um crescente número de estudos indica a importância de um microbioma humano saudável, conjunto de microorganismos que habita o corpo, para a manutenção da saúde e do bem-estar. A solução para isso parecem ser compostos chamados probióticos e prebióticos. Mas, afinal, qual é a diferença entre os dois? O site especializado IFL Science explica.

Probióticos versus Prebióticos

Os probióticos são microrganismos vivos – muitas vezes bactérias – que, quando ingeridos ajudam a manter ou ou introduzir microrganismos “saudáveis” ou “bons” no microbioma, trazendo benefícios à saúde. Eles podem ser encontrados em alimentos como iogurte, kombuchá, chucrute e kimchi ou suplementos.

Já os prebióticos são alimentos para os microrganismos. Eles não são compostos digeríveis quando encontrados nos alimentos, por isso chegam ao cólon, onde estimulam o crescimento e a atividade dos microrganismos. Também acredita-se que o consumo de alimentos com essas propriedades, como tomate, alho, trigo, cebola, banana, casca da maçã e sementes oleaginosas, traga benefícios à saúde.

O que diz a ciência

Estudos mostram que os probióticos podem trazer benefícios em condições relacionadas a alergias, como a asma. Uma meta-análise de 2019, por exemplo, que analisou a incidência de probióticos e asma em bebês descobriu que esses compostos podem reduzir os sintomas de bebês com asma alérgica.

Outro trabalho, de 2023, envolvendo 40 pessoas com asma concluiu que após um tratamento de 8 semanas com probióticos, “a qualidade de vida e os parâmetros de função pulmonar dos pacientes melhoraram”. No entanto, os autores observam limitações, como o fato de não terem sido colhidas amostras de fezes para verificar diferenças na contagem bacteriana, e "os pacientes inscritos não eram suficientemente grandes para chegar a conclusões definitivas e, portanto, são necessários mais estudos com grandes populações".

Existem também evidências de que os probióticos podem ajudar no tratamento da diarreia relacionada com antibióticos. Ao tentar atacar as bactérias patogênicas que nos causam problemas, os antibióticos podem matar bactérias boas, o que pode levar à diarreia. Acredita-se que os probióticos podem prevenir isto.

Em relação aos prebióticos, os dados dos potenciais benefícios para a saúde são limitados. Muito do que existe concentra-se no seu impacto no intestino, o que faz sentido, visto que é a principal forma de consumo de muitas pessoas; compostos prebióticos são encontrados em alimentos que muitos comem regularmente, como feijão, aveia e vegetais.

Quando se trata do intestino, um dos problemas mais comuns é a prisão de ventre. Alguns pequenos estudos sugerem que prebióticos poderiam ajudar a melhorar a frequência das fezes em adultos, mas uma revisão recente ressalta que a investigação atual é limitada para apoiar a utilização desses compostos como tratamento da constipação.

Também há esperança no papel dos prebióticos na melhoria da função cerebral. Um estudo recente com 36 pares de gêmeos com mais de 60 anos descobriu que aqueles que tomaram um suplemento prebiótico todos os dias durante 12 semanas obtiveram resultados visivelmente melhores em uma série de testes cognitivos do que aqueles que não tomaram o suplemento.

Embora os resultados sejam promissores, ainda são necessários ensaios maiores para comprovar os efeitos observados.

Em resumo, os estudos que comprovam os benefícios desses compostos para a saúde ainda estão engatinhando. Mas especialistas recomendam consumir alimentos ricos em prebióticos, probióticos, pós-bióticos e simbióticos para manter um organismo saudável.

Já o uso de qualquer tipo de suplemento deve ser feito mediante recomendação profissional, visto que cada pessoa tem necessidades específicas.