Política

De Tabata a petista: 62% dos pré-candidatos votaram pela derrubada do veto de Lula que restringia 'saidinha'

Entre os 79 parlamentares que irão disputar as eleições municipais este ano, 49 votaram contra os interesses do governo federal e 13 se ausentaram

Agência O Globo - 29/05/2024
De Tabata a petista: 62% dos pré-candidatos votaram pela derrubada do veto de Lula que restringia 'saidinha'
Tabata Amaral - Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A derrubada do veto do presidente Lula (PT) na lei que restringe as "saidinhas" dos presos na noite desta terça-feira contou com o endosso da maior parte dos deputados federais que se declaram pré-candidatos nas eleições municipais. Entre os 79 parlamentares que devem disputar prefeituras nas urnas em outubro deste ano, 62% (49) foram contrários ao veto do presidente.

Treze deputados ainda se ausentaram da sessão, fazendo com que apenas 20,2% (16) dos pré-candidatos estivessem alinhados aos interesses do governo federal.

Nas votações, chamou atenção o comportamento de alguns partidos da base de apoio de Lula, que hoje contam com ministérios – os parlamentares que irão concorrer pelo Republicanos, União Brasil, MDB e PSB se posicionaram contra o veto ou não estavam no Congresso Nacional.

Partido do vice-presidente Geraldo Alckmin, o PSB teve três postulantes que se enquadram neste cenário. Tabata Amaral, que irá disputar em São Paulo, e Duarte Júnior, pré-candidato em São Luís. Apesar de estarem no mesmo partido, os dois enfrentam situações diferentes no que diz respeito ao apoio do governo federal as suas candidaturas.

Ao que tudo indica, o maranhense que integra o antigo grupo político do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino receberá a presença de Lula em seu palanque. Já na capital paulistana, o nome da federação PT-PV-PCdoB é o também deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

O terceiro pessebista se trata do ex-prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, que na segunda-feira recebeu o apoio formal do PT para retornar ao Executivo municipal. A decisão da Executiva gerou rusgas com a militância por posicionamentos passados do parlamentar, que votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Pouco mais de 24 horas após a consolidação da aliança, Ducci se ausentou da votação.

Os integrantes da sigla do próprio presidente, o PT, também não votaram inteiramente com o Palácio do Planalto. Maria do Rosário, que disputará a eleição em Porto Alegre, votou contra o veto.

Outros cinco petistas que pleiteiam legenda no pleito de outubro não estiveram na sessão. São eles Denise Pessôa (Caxias do Sul), Dimas Gadelha (São Gonçalo), Leonardo Monteiro (Governador Valadares), Waldenor Pereira (Vitória da Conquista) e Zé Neto (Feira de Santana).

Principais colégios eleitorais

Nas capitais dos três principais colégios eleitorais do país – Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais – a maioria dos pré-candidatos parlamentares também votaram pela derrubada do veto.

No eixo Rio-São Paulo, as exceções são os nomes apresentados pelo PSOL, Tarcísio Motta e Guilherme Boulos, respectivamente. Na capital fluminense, Alexandre Ramagem (PL) e Marcelo Queiroz (PP) se posicionaram contra os interesses de Lula. Já Otoni de Paula (MDB) não votou por decorrência da morte de seu pai, o deputado estadual Otoni de Paula Pai, no dia anterior.

Em Belo Horizonte, os dois parlamentares que disputam os votos da esquerda na capital mineira prestaram fidelidade a Lula. Duda Salabert (PDT) e Rogério Correia (PT) se manifestaram pela manutenção.

Veja como votou cada pré-candidato

Observação: o voto "Não" é pela derrubada do veto e o voto "Sim" é pela manutenção do veto.