Internacional

Bielorrússia suspende participação no tratado europeu de redução de armas

Agência O Globo - 29/05/2024

O presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, suspendeu a participação do país, um aliado próximo da Rússia, no Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE), que limita tropas e equipamento militar no continente.

O decreto, assinado por Lukashenko em 24 de maio, foi publicado nesta quarta-feira no boletim oficial de informação jurídica desta antiga república soviética, que faz fronteira com Rússia e Ucrânia.

A Bielorrússia não está diretamente envolvida na operação militar de Moscou na Ucrânia, mas permitiu que o exército russo utilizasse seu território para lançar ataque em fevereiro de 2022.

Após sua reeleição, disputada em 2020, Lukashenko, que está no poder há quase três décadas, aproximou-se mais de Moscou, que fornece apoio financeiro, militar e diplomático a seu governo.

A Rússia suspendeu unilateralmente sua participação no tratado CFE em dezembro de 2007.

O pacto, assinado em 1990, estabelece limites a tropas e equipamentos militares (tanques, aviões, artilharia), do Atlântico aos Urais, e prevê que os países membros troquem informações e realizem inspeções mútuas.

A Rússia considerou o tratado anacrônico e disse que decidiu retirar-se porque os países ocidentais signatários, especialmente os membros da Otan, se recusaram a ratificar a nova versão do tratado, que foi adotada em Istambul, em 1999.

Segundo Moscou, esses países impuseram como condição o respeito de outros acordos sobre a retirada das tropas russas da Transnístria, na Moldávia, e das repúblicas separatistas da Geórgia.

Em maio de 2023, o presidente russo, Vladimir Putin, oficializou a retirada da Rússia do tratado CFE.