Geral
Quase 8% dos lares no Rio de Janeiro vivem em insegurança alimentar

Quase 490 mil pessoas estão em situação de insegurança alimentar grave na cidade do Rio de Janeiro, o que corresponde a 7,9% das residências da capital fluminense.


A taxa é quase o dobro se comparada com os dados sobre o tema divulgados pelo IBGE em abril, apontando que 4,1% das casas brasileiras enfrentam a fome.
A conclusão é do Mapa da Fome da Cidade do Rio de Janeiro, pesquisa inédita divulgada nesta quarta-feira. O levantamento é uma iniciativa da Frente Parlamentar contra a Fome e a Miséria no Município do Rio de Janeiro feito pela Câmara Municipal e o Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Uiversidade Federal do Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com o estudo, cerca de 2 milhões de cariocas convivem com algum grau de insegurança alimentar, seja leve, moderada ou grave. A área mais afetada é a Zona Norte, sem participação da Grande Tijuca.
A professora e pesquisadora da UFRJ e coordenadora do estudo Rosana Salles destaca os principais grupos afetados.
“É possível afirmar que os dados do inquérito do Rio de Janeiro refletem que famílias chefiadas por mulheres, ou então tem uma pessoa de raça ou cor da pele preta ou parda, que a sua escolaridade é menor, principalmente quando a gente olha até o ensino fundamental incompleto (fundamental 1), é bastante relacionada com a insegurança alimentar grave”.
Outros indicadores do levantamento mostram que a fome está presente em 16,6% das famílias lideradas por pessoas com escolaridade mais baixa. Os pratos também estão vazios em 18,3% das casas onde a pessoa de referência está desempregada, e em 34,7% dos domicílios com renda per capita mais baixa.
A insegurança hídrica também é avaliada pelo Mapa da Fome. O estudo revela que 15% dos lares cariocas não tiveram fornecimento regular de água ou sofreram com a falta de água potável. Dessas famílias, 27% estão em situação de fome.
O vereador Dr. Marcos Paulo, presidente da Frente Parlamentar Contra a Fome e a Miséria no Município do Rio de Janeiro, ressalta que os números são preocupantes.
“É um número muito grande, nos preocupa e faz com que o poder público tenha que agir de forma rápida e que mitigue tanto a questão do acesso à água quanto à questão da falta do acesso ao alimento, que são essenciais para que as pessoas possam viver de forma digna e cuidar dos seus filhos, cuidar das suas famílias”.
As informações foram coletadas entre novenbro de 2023 e janeiro de 2024, a partir de entrevistas em 2 mil domicílios das cinco áreas de planejamento da cidade.
Geral A taxa de famílias com fome é quase o dobro da média nacional Rio de Janeiro 29/05/2024 - 07:30 Roberto Piza / Eliane Gonçalves Carolina Pessoa Fome; Insegurança Alimentar; Rio de Janeiro; quarta-feira, 29 Maio, 2024 - 07:30 3:00
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