Internacional

Parlamento francês sanciona deputado com pena máxima por exibir bandeira da Palestina

Político terá que cumprir 15 dias de afastamento, além de ficar dois meses sem receber subsídios parlamentares

Agência O Globo - 28/05/2024
Parlamento francês sanciona deputado com pena máxima por exibir bandeira da Palestina
Parlamento francês sanciona deputado com pena máxima por exibir bandeira da Palestina - Foto: Reprodução/internet

A Assembleia Nacional da França (Câmara Baixa) determinou nesta terça-feira uma punição máxima ao deputado Sébastien Delogu, do partido A França Insubmissa (LFI), que mostrou uma bandeira palestina durante uma sessão parlamentar. A oposição de esquerda foi contra a pena imposta, que inclui 15 dias de afastamento e dois meses sem salários.

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No Parlamento, Degolu provocou a revolta de deputados de direita ao praticar o gesto que o levou a ser punido enquanto um ministro respondia a uma pergunta de outra deputada esquerdista sobre o bombardeio israelense em Rafah, na Faixa de Gaza.

A presidente da Assembleia, Yael Braun-Pivet, então suspendeu uma reunião e convocou a mesa diretora da Câmara Baixa. Com os votos favoráveis dos governistas de direita e extrema direita, decidiram sancionar o deputado.

— Balançando uma bandeira palestina, o presidente (Emmanuel Macron) finalmente acordará e dirá que tem que deixar de vender armas a Israel e pedirá o reconhecimento do Estado da Palestina? — disse Delogu à imprensa após seu ato.

O incidente aconteceu na semana passada, no mesmo dia em que Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram formalmente o Estado da Palestina, na tentativa, de acordo com essas nações, de contribuir para a paz. A França não seguiu o mesmo caminho, ao avaliar que ainda não é a hora certa.

A aliança de centro que compõe o governo Macron ainda não decidiu sobre o reconhecimento. Questionado pela deputada ecologista Cyrielle Châtelain sobre uma possível decisão, o primeiro-ministro, Gabriel Attal, preferiu não se posicionar, o que só reforça a dúvida.

Em sua resposta, Attal acusou, no entanto, a parlamentar de não "pedir claramente" a "liberação" dos reféns nas mãos do movimento islamista palestino Hamas, embora Châtelain tenha começado sua intervenção pedindo tal libertação.

Os conflitos no Oriente Médio desencadearam tensões na França, que conta com a maior comunidade judaica da Europa e milhões de muçulmanos.

O último incidente acontece em plena campanha para as eleições para o Parlamento Europeu, previstas para 6 a 9 de junho. A situação em Gaza é um dos eixos de campanha para a LFI, que conta em sua lista de candidatos com a jurista franco-palestina Rima Hassan.