Anunciada como a "scooter do amor" em um leilão neste fim de semana, o veículo que se tornou símbolo de uma crise política em janeiro de 2014, na França, foi arrematado por £ 20 mil, o equivalente a R$ 112 mil. O valor é mais que o dobro do preço de mercado de um veículo novo do mesmo modelo.

A motocicleta foi usada por François Hollande nas escapadas noturnas do Palácio do Eliseu, onde vivia com a sua parceira, a jornalista Valérie Trierweiler. Certo dia, um fotógrafo o flagrou pilotando rumo a um dos encontros secretos com a atriz Julie Gayet.

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Para os franceses, à época, o escândalo das fotos publicadas na revista de celebridades Closer pesou mais pelo fato do então presidente ter uma moto daquele modelo do que pelo caso extraconjugal.

A imagem do líder de esquerda com capacete, terno escuro e sapatos sociais pretos em uma motocicleta desencadeou um verdadeiro estrago a sua reputação. O "Gayetgate" (em alusão ao caso Watergate, nos Estados Unidos) durou algumas semanas.

Depois do vazamento, além do escândalo presidencial, o casamento de Hollande chegou ao fim, com a ex-esposa internada em um hospital por exaustão, e um guarda-costas do dele, fotografado supostamente levando café da manhã para o casal de amantes, chegou a processar a revista por revelar sua identidade.

Apelidado de "homem croissant", o segurança não teve sucesso nos tribunais. Mais tarde, um livro afirmou que o saco de papel pardo que ele carregava continha apenas papéis presidenciais, e nenhum item de padaria.

Anos depois, em 2017, Hollande decidiu não se candidatar à reeleição e se casou com Gayet em 2022.

A motocicleta preta com detalhes cinza, modelo 2009 e com 34.000 km rodados, é avaliada em 1.300 euros. O ex-presidente a vendeu em 2015 para um casal de franceses, com a recomendação de que "a scooter era a única!". Neste domingo, ela passou a compor um rol de veículos “prestigiosos” e históricos de um colecionador.