Internacional
'Tenho 18 familiares soterrados': moradora de vilarejo na Papua-Nova Guiné destruído por deslizamento relata impotência
O vilarejo de Yambali, na encosta de uma colina na província de Enga, foi arrasado quando parte do Monte Mongalo desabou na manhã de sexta-feira
Quase dois dias após o gigante deslizamento de terra que destruiu um vilarejo na Papua-Nova Guiné e deixou mais de 2 mil soterrados, moradores da região ainda se dão conta de tudo que perderam sob as toneladas de destroços. Os socorristas têm enfrentado dificuldades para chegar à região remota de um dos países mais pobres da Ásia.
Dezenas de mortos: 'Gaza é o inferno na Terra', diz agência da ONU após bombardeio de Israel contra Rafah
Repórter na Ucrânia: Com o espaço aéreo fechado, única maneira de se chegar de Varsóvia a Kiev é por terra, em trajeto de até 16 horas
— Tenho 18 membros da minha família enterrados sob os escombros e o solo em que estou pisando, e muito mais membros da família na vila que não consigo contar. Sou proprietária desta terra... mas não consigo recuperar os corpos, então estou aqui parada, impotente — disse Evit Kambu em entrevista à agência Reuters.
O vilarejo de Yambali, na encosta de uma colina na província de Enga, foi arrasado quando parte do Monte Mongalo desabou na manhã de sexta-feira, sepultando várias casas e as pessoas que dormiam no momento da tragédia.
Apenas seis corpos foram recuperados desde o deslizamento de terra na sexta-feira, e a ONU disse que o número de mortes deve mudar, já que os esforços de resgate devem continuar por dias. Segundo o centro nacional de gestão de catástrofes, a principal rodovia que leva à mina de Porgera estava "completamente bloqueada".
Entre os encontrados, estão o casal Johnson e Jacklyn Yandam, que se disseram muito gratos e descreveram seu resgate "como um milagre".
— Agradecemos a Deus por salvar nossas vidas naquele momento. Estávamos certos de que íamos morrer, mas as grandes pedras não nos esmagaram — disse Jacklyn. — É realmente difícil explicar, pois ficamos presos por quase oito horas, e então fomos resgatados. Acreditamos que fomos salvos por um propósito.
No domingo, a ONU divulgou uma estimativa de 670 mortos no deslizamento de terra, mas rapidamente o número cresceu.
"O deslizamento sepultou mais de 2 mil pessoas vivas e provocou uma grande destruição", afirmou o centro nacional de gestão de catástrofes em um documento enviado ao escritório da ONU na capital, Port Moresby.
Miok Michael, um líder comunitário local, disse à CNN que é provável que haja poucos sobreviventes. — As pessoas estão se reunindo e lamentando", disse ele. "As pessoas estão cavando desde o primeiro dia, mas não conseguem localizar os corpos, pois estão cobertos por grandes rochas. Apenas máquinas resolverão.
Os socorristas trabalham em condições difíceis, e pedras continuam caindo e movimentando o solo na região. Segundo a ONU, quase 250 casas na área foram esvaziadas por precaução. As autoridades aguardavam a chegada de equipamentos pesados e escavadeiras no domingo, mas o envio foi adiado devido à violência tribal na única rodovia que não foi bloqueada pelo desastre.
Papua-Nova Guiné registrou vários terremotos, inundações e deslizamentos de terra desde o início do ano.
Mais lidas
-
1GRAVE ACIDENTE
Fisioterapeuta morre e filhos sobrevivem após colisão frontal entre carro e caminhão, em Marechal Deodoro
-
2REVIRAVOLTA
Carlos Guruba se mostra insatisfeito com Prefeito-imperador e anuncia providências jurídicas: "Fomos traídos na disputa pelo CSE"
-
3MENTIRA OFICIAL
Prefeitura de Palmeira dos Índios omite pauta real de encontro com lideranças indígenas: o projeto do Parque Aquático em área demarcada
-
4PERDENDO O PODER
Declarações de Prefeito-imperador sobre CSE revelam receio de perder influência no clube com possível patrocínio de 'bet'; ouça o áudio
-
5PRÉ-CANDIDATA
“Retorno de Célia Rocha ao cenário político é remoto” avalia analista político