Internacional

1 a cada 8 crianças sofre abuso sexual na internet a cada ano, diz estudo

Número engloba mais de 300 milhões de jovens no mundo, afirmam pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia

Agência O Globo - 27/05/2024
1 a cada 8 crianças sofre abuso sexual na internet a cada ano, diz estudo

De acordo com pesquisadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, 302 milhões de crianças – o equivalente a 1 em cada 8 (12,6%) – foram vítimas de captura, compartilhamento e exposição não consensual de imagens e vídeos sexuais em todo o mundo nos últimos 12 meses.

A estimativa é do Instituto Global para Segurança Infantil Childlight, da universidade. Segundo o novo relatório, divulgado nesta segunda-feira, houve um número semelhante (12,5%) de casos de solicitação, como conversas sexuais indesejadas que podem incluir sexting, perguntas sexuais e pedidos de atos sexuais por parte de adultos ou de outros jovens.

Os crimes vão desde a chamada sextorção, um tipo de chantagem sexual em que predadores exigem dinheiro das vítimas em troca da não publicação de imagens íntimas delas, até o uso da Inteligência Artificial para criar vídeos e fotos manipuladas.

O problema é global em seu escopo, mas a pesquisa sugere que os EUA são uma área de risco especial, com 1 em cada 9 homens admitindo ter cometido, em algum momento, um crime on-line contra menores, diz a pesquisa.

— O material de abuso infantil é tão predominante que arquivos são relatados à polícia e a organizações a cada segundo — diz Paul Stanfield, diretor executivo da Childlight. — Essa é uma pandemia de saúde global que foi mantida em segredo por muito tempo. Ela está acontecendo em todos os países, está crescendo exponencialmente e exige uma resposta global — continua.

Os golpistas geralmente se fazem passar por outro adolescente, fazendo contato nas mídias sociais antes de passar para um aplicativo de mensagens, como o WhatsApp, e incentivar a vítima a compartilhar imagens íntimas.

Eles geralmente realizam a chantagem dentro de uma hora após o contato e sua principal motivação é obter o máximo de dinheiro possível, em vez de uma recompensa sexual, segundo um relatório da Agência Nacional Britânica contra o Crime (NCA, da sigla em inglês).