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Na reta final, Cannes aguarda premiação sob grande impacto de filme iraniano; entenda
"The Seed of the Sacred Fig", do cineasta Mohammad Rasoulof, foi exibido na sexta-feira e é grande favorito à Palma de Ouro
A 77ª edição do Festival de Cannes anuncia a premiação neste sábado (25), ainda sob o impacto de "The Seed of the Sacred Fig", do cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, que sacudiu o evento com um filme sobre as mulheres e a liberdade em seu país.
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Refugiado na Alemanha, condenado em seu país natal a oito anos de prisão e a receber chibatadas, Rasoulof compareceu ao tapete vermelho e conquistou o público com a dramática história de um juiz, sua esposa e suas filhas, arrastados pelo redemoinho dos protestos que abalaram o Irã após a morte da jovem Mahsa Amini em 2022.
— O regime iraniano tem pânico porque estamos contando nossas histórias. É absurdo — declarou neste sábado em uma entrevista coletiva.
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Cultura
Condenado a levar chibatadas, cineasta iraniano que fugiu a pé de seu país mostra filme em Cannes
'Todos os iranianos que tiveram que partir devido a este regime totalitário têm uma mala perto de si', diz ele
TOPO
Por Jordi Zamora, Em AFP
24/05/2024 10h53 Atualizado há um dia
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O diretor Mohammad Rasoulof com fotos dos atores Soheila Golestani e Missagh Zareh
O diretor Mohammad Rasoulof com fotos dos atores Soheila Golestani e Missagh Zareh — Foto: Sameer Al-Doumy/AFP
O Festival de Cannes estende seu tapete vermelho nesta sexta-feira (25) ao cineasta iraniano Mohammad Rasoulof, que fugiu de seu país depois de ter sido condenado à prisão, para que possa apresentar pessoalmente o seu filme "The seed of the sacred fig", que compete à Palma de Ouro.
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O diretor fugiu do Irã após ter sido condenado a cinco anos de prisão e a receber chibatadas pelo seu filme anterior que, como toda a sua obra, é uma visão do país dos aiatolás que entra em choque com o regime.
Na semana passada, ele anunciou que havia deixado o Irã clandestinamente, a pé, uma viagem que qualificou como "exaustiva" e "perigosa".
Cena do filme "The seed of the sacred fig" — Foto: Reprodução
Cena do filme "The seed of the sacred fig" — Foto: Reprodução
— Todos os iranianos que tiveram que partir devido a este regime totalitário têm sempre uma mala perto de si na esperança de que as coisas melhorem e possam retornar — disse ele na noite de quinta-feira (23), em entrevista ao programa C Ce soir, em Cannes.
O diretor de 51 anos volta à Croisette pela primeira vez desde 2017, quando venceu a mostra 'Un Certain Regard' por "Lerd", um filme sobre corrupção. Em 2020, ele não foi autorizado a deixar o Irã para receber o Urso de Ouro em Berlim por "Não Há Mal Algum", sobre a pena de morte.
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O filme de Rasoulof é apontado como o grande favorito à Palma de Ouro, exceto se o júri, presidido pela americana Greta Gerwig, optar por premiar uma das poucas produções que arrancaram sorrisos do público este ano, o musical "Emilia Pérez", rodado no México e dirigido pelo francês Jacques Audiard.
Outro destaque do festival foi "Anora", a história delicada de uma garota que trabalha como stripper e se apaixona pelo homem errado, dirigida pelo cineasta independente Sean Baker, também uma ode ao poder das mulheres.
Em um tom mais satírico, "The Substance" é uma comédia dark feminista com muito sangue, dirigida por uma das quatro mulheres na disputa pela Palma de Ouro, a francesa Coralie Fargeat. A estrela do filme, a americana Demi Moore, é forte candidata ao prêmio de interpretação.
Outra diretora na disputa é a indiana Payal Kapadia, com "All we imagine as light", que narra a vida de duas enfermeiras em Mumbai e suas relações com os homens neste país tão tradicional.
O Brasil também está na disputa, com "Motel Destino", do diretor Karim Ainouz, que venceu a mostra 'Un Certain Regard' em 2019 com "A Vida Invisível".
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