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Cidade ocupada por 'exército' de macacos saqueadores na Tailândia lança ofensiva para capturá-los

Símbolo sagrado entre tailandeses, animais têm causado tumulto nos últimos anos em episódios de roubo de comida e agressão

Agência O Globo - 25/05/2024
Cidade ocupada por 'exército' de macacos saqueadores na Tailândia lança ofensiva para capturá-los

Após incidentes envolvendo a presença cada vez maior de macacos saqueadores na cidade de Lop Buri, na Tailândia, autoridades locais deram início nesta semana a uma ofensiva para capturá-los e levá-los a outros lugares. Estima-se que exista um "exército" com cerca de 2.500 macacos correndo pela província.

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A primeira etapa do plano de contenção da espécie é composta por armadilhas distribuídas pelas ruas. Com gaiolas repletas de frutas tropicais — prato predileto dos bichinhos abusados e destemidos —, os responsáveis pela vida selvagem tailandesa almejam uma captura natural, sem o uso da força.

Até agora, três macacos foram enjaulados. Um processo lento e cuidadoso, que passa pelo fato dos animais se acostumarem com o objeto e perderem o medo de se aproximar. O esforço vai durar cinco dias neste mês e deve ser repetido. A ideia é manter alguns primatas livres pela cidade, para manter a imagem que consagrou Lop Buri como um destino para muitos turistas.

— Com a inteligência do macaco, se alguns deles entrarem na jaula e forem pegos, os outros que estão fora da jaula não entrarão na jaula para pegar a comida porque já souberam o que aconteceu com seus amigos — pontua Patarapol Maneeorn, do Departamento de Parques Nacionais, Vida Selvagem e Conservação de Plantas, em entrevista à agência Associated Press.

Há muito tratados com símbolo sagrado por lá, os macacos têm cultivado uma má fama nos últimos tempos. Eles se tornaram mais agressivos, e aparecem cada vez mais em vídeos roubando comida dos moradores e causando ferimentos.

As publicações virais nas redes, somadas ao apelo da população local por alguma resposta do governo, levaram às medidas que estão sendo tomadas. Antes da intervenção das autoridades, comerciantes passaram a adotar grades e arames que impedissem a entrada dos macacos em seus estabelecimentos.

O proprietário de uma loja de peças de automóveis ergueu uma grade de isolamento na época da pandemia do coronavírus, mas decidiu mantê-la para não lidar mais com os bichos, motivo de temor para clientes.

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— Quando há muitos macacos por perto, os clientes ficam com medo de comprar os produtos na loja. Somente nossos frequentadores regulares não estão assustados — disse Supaporn Tantiwong à Associated Press.

O prefeito da cidade, Chamroen Salacheep, concorda que os macacos, embora atraiam visitantes, também prejudicaram o comércio, com lojas e shoppings vendo uma queda na renda. Isso sem contar nas casas de Lop Buri atacadas pelos animais.

— Depois que a nossa operação terminar, farei uma grande limpeza em toda a cidade e pintarei todos os edifícios para recuperar a fé das pessoas — prometeu Salacheep.

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Depois da captura, a ideia é fornecer um novo lar para os animais. Na sexta-feira, as autoridades começaram a sedá-los para realizar exames de saúde, antes de limpá-los e esterilizá-los e tatuá-los, para poderem ser identificados e manter registros precisos.

Ao ganharem as marcações, eles serão transferidos para uma série de cercados enormes, nos arredores da cidade, enquanto os cuidadores procuram um lar permanente para os bichos.

Atração turística

A província de Lop Buri, localizada a cerca de 140 quilômetros ao norte de Bangcoc, tem nos macacos um símbolo sagrado, e os celebram em um festival anual. Os animais, comumente vistos em toda a cidade, são espécies protegidas pela lei de conservação da vida selvagem da Tailândia.

Uma explicação para o recente caos causado pelos animais é o hábito de alguns turistas e residentes darem alimentos a eles, o que pode ter atraído mais a espécie para a cidade, aumentando consideravelmente o seu número. Além de acostumá-los ao mau hábito de "roubar" a comida dos humanos.