Política
Olavo de Carvalho: entenda porque filha de guru bolsonarista foi excluída de testamento
Heloísa de Carvalho é a única herdeira do escritor morto em 2022 a ser rejeitada pelo pai

Primogênita do guru do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, Heloísa de Carvalho foi a única dos oito filhos do escritor morto em 2022, aos 74 anos, a ser rejeitada no testamento do autor, conforme revelado na coluna do Ancelmo Gois. Embora não haja menção ao motivo da exclusão, se sabe que Heloísa era brigada com Olavo desde 2017, além de ter sido filiada ao Partido dos Trabalhadores, alvo de ataques do escritor, entre 2021 e 2023.
Heloísa ficou famosa e rompeu com o pai após a publicação da “Carta aberta a um pai” (publicada abaixo na íntegra), em 2017, e posteriormente do livro “Meu pai, o guru do presidente: a face ainda oculta de Olavo de Carvalho”. Nas publicações ela relata parte da infância dela e dos irmãos, período marcado pela ausência do pai. Em dado momento, ela o acusa de ter apontado uma arma para a cabeça dos filhos.
Com a grande repercussão da carta, o filósofo atribuia as acusações da filha no texto ao fato de ela não aparecer no longa Jardim das Aflições, que tratou da vida e da obra de Olavo de Carvalho. "Ela telefonou ofendidíssima, porque meus filhos estavam todos participando do filme e ela não", disse Olavo na época.
“Ela me acusa de ter ameaçado os meus filhos com um revólver na mão. E eles dizem que isso não aconteceu. É muito simples, ela tem sete irmãos, nenhum dos sete confirma o que ela está dizendo. Então é o crime sem vítima. Esse é um primeiro detalhe. Se houve um crime, há uma vítima, há um corpo de delito, então cadê a vítima? Isso nunca aconteceu, uma [filha] falou: ‘eu nunca fui ameaçada nem com chinelo na mão’”, dizia Olavo de Carvalho.
Ela o acusava de não a ter enviado à escola. Carvalho, ainda segundo a filha, teria colocado a família para morar nos fundos da Escola Júpiter, onde dava cursos de astrologia, enquanto usava a casa da frente para se relacionar com a nova esposa. Ela guardava mágoa em relação ao abandono intelectual — ela foi alfabetizada pelo Mobral, antigo programa do governo de alfabetização de adultos.
A relação entre os dois continuou marcada por ataques mútuos, incluindo ações na Justiça, agravadas após a publicação dos textos contra o filósofo. Em 2017, mesmo ano da publicação da carta, Olavo prestou uma queixa-crime contra Heloísa acusando-a de integrar uma organização criminosa apoiada por partidos de esquerda para destruir a sua reputação. O caso foi arquivado. Olavo também processou a filha por calúnia e difamação depois da publicação carta, e posteriormente eles chegaram a um acordo judicial onde ela deletou sua conta no Facebook e ele encerrou o litígio.
Segundo ela, Olavo foi morar nos EUA pois lá ele teria “condições de atacar as pessoas”, sem ser atingido ou processado.
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