Internacional
Presidente interino e eleições em 50 dias: Entenda a sucessão de Ebrahim Raisi no Irã
Analistas apontam que novo pleito não deve mudar a direção política do regime

A morte do presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em um acidente aéreo no domingo, representa um golpe para a linha-dura do regime teocrático de Teerã, que tinha em Raisi, de 63 anos, um possível sucessor para o aiatolá Ali Khamenei, de 85 anos. Com a confirmação da morte, nesta segunda-feira, o país inicia um processo de sucessão, com lideranças interinas e novas eleições em menos de dois meses.
Obituário: Morre o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, após queda de helicóptero
Guga Chacra: Qual impacto da morte de Raisi para o Irã?
No discurso que declarou cinco dias de luto nacional, Khamenei anunciou que o vice-presidente, Mohammad Mokhber, vai assumir de forma interina, respeitando a Constituição iraniana. O vice seria responsável por, ao lado dos chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário, convocar uma nova eleição presidencial em um prazo máximo de 50 dias.
— Mokhber administrará o Poder Executivo e é obrigado a combinar com os chefes dos Poderes Legislativo e Judiciário a eleição de um novo presidente no prazo máximo de 50 dias — afirmou o líder supremo iraniano.
A realização do pleito, contudo, não deve mudar o direcionamento político do Irã, segundo analistas. A expectativa é que a linha-dura ligada aos setores religiosos mantenham-se no poder.
Após acidente de helicóptero: Líderes globais reagem à morte do presidente do Irã
— É muito provável que a liderança do regime, incluindo Khamenei, trabalhe para realizar uma eleição presidencial para garantir que um substituto adequado suceda Raisi, ao mesmo tempo que mantém fora candidatos reformistas ou moderados, como tem sido a prática desde 2021 — disse Gregory Brew, analista no Eurasia Group.
Embora as articulações políticas ainda estejam por começar, analistas e acadêmicos próximos ao establishment em Teerã apontavam o filho do aiatolá, o clérigo Mojtaba Khamenei, como possível sucessor de Raisi no cargo de líder supremo. A nomeação, contudo, quebraria uma tradição da Revolução Islâmica, que fundou o regime atual em 1979, que se opõe a qualquer sistema que se assemelhe à monarquia que derrubou.
A popularidade de Mojtaba também nunca foi testada, visto que ele não ocupa nenhum cargo governamental e não é visto publicamente com muita frequência. Não se sabe se ele vai tentar propriamente subir por meio da disputa política eleitoral.
Apesar da expectativa por uma eleição direcionada aos setores ultraconservadores, Brew aponta como possível demonstrações de insatisfação popular, incluindo manifestações violentas. Ele classificou como "pouco provável" que essas manifestações evoluam para um desafio sério para as forças de segurança ou para a manutenção do regime no poder. (Com AFP e Bloomberg)
Mais lidas
-
1HOMICÍDIO QUÍNTUPLO
Identificadas as cinco vítimas da chacina em Estrela de Alagoas
-
2ATROPELAMENTO
Após um mês internado, morre Timba, torcedor símbolo do CSA
-
3FUTEBOL
Quem é Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da FPF que se candidatou ao cargo máximo na CBF
-
4METEOROLOGIA
Saiba qual a previsão do tempo neste fim de semana em Alagoas, segundo a Semarh
-
5DISPUTA PARTIDÁRIA
Pedro Paulo Lança chapa “Coração Petista” e tenta manter domínio de 21 anos no PT de Palmeira dos Índios