Internacional
Estudantes fazem protesto em discurso de Jerry Seinfeld nos EUA; ator é conhecido por postura pró-Israel
Comediante, que é judeu, faria um discurso na Universidade Duke quando dezenas de pessoas se levantaram antes de ele começar a falar

O ator e comediante Jerry Seinfeld foi alvo de um protesto durante um discurso no campus da Universidade Duke, na Carolina do Norte, em mais um episódio da série de ações contra a guerra em Gaza em vários campi dos Estados Unidos. Seinfeld, que é judeu, é conhecido pelas suas posições pró-Israel desde o início do conflito, há pouco mais de sete meses.
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Seinfeld falaria na cerimônia de formatura da universidade, e ao ser apresentado pelo reitor, Vincent Price, começaram a surgir os primeiros gritos de “Palestina livre”, vindos dos recém-formados e do público que acompanhava o evento. Quando o ator, que também recebeu um doutorado honoris causa da instituição, começou a falar, dezenas de pessoas começaram a se levantar, e ele ficou em silêncio por alguns instantes.
— Obrigado. Meu Deus, que dia lindo — disse Seinfeld no início de sua fala, sem dizer se a referência era ao dia ensolarado no campus de Duke, ou se era à saída dos manifestantes pró-Palestina. Boa parte dos presentes vaiou o protesto e começou a gritar o nome do ator.
Na fala, o Seinfeld não se referiu ao protesto, e falou de sua infância como um menino judeu em Nova York, e do privilégio de poder frequentar uma instituição de alto padrão como Duke, ou dos privilégios que muitos dos presentes tinham em suas vidas.
— Sei que muitos de vocês estão pensando “não posso acreditar que convidaram esse cara”. Muito tarde — disse Seinfeld. — Eu digo, usem seus privilégios. Eu cresci como um menino judeu em Nova York. Isso é um privilégio se você quer ser comediante.
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Do lado de fora do estádio onde ocorria a cerimônia, um grupo de manifestantes fez um ato em defesa do corte de investimentos da universidade em empresas ligadas a Israel e que lucram com a guerra em Gaza.
“Nós entendemos a profundidade do sentimento em nossa comunidade, como o fizemos ao longo do ano, e respeitamos o direito de todos em Duke de expressar suas visões de forma pacífica, sem impedir que os formandos e suas famílias celebrem esse momento”, disse o porta-voz de Duke, Frank Tramble, em comunicado.
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Desde os ataques do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro do ano passado, Jerry Seinfeld, conhecido em especial pela série que leva seu sobrenome, tem dado declarações favoráveis a Israel, e chegou a viajar ao país em dezembro do ano passado para se encontrar com parentes das pessoas sequestradas e levadas para Gaza.
Por outro lado, ele tem evitado declarações incendiárias, ao contrário de sua mulher, Jessica Seinfeld, que promoveu um protesto a favor de Israel, no campus da Universidade da Califórnia em Los Angeles, um dos epicentros das manifestações pró-Palestina. No começo do mês, um acampamento de ativistas contra a guerra foi atacado na mesma universidade, e a polícia está sendo acusada de leniência no caso.
Os atos contra a guerra se espalharam por campi de todos os EUA, e levaram a uma repressão interna das instituições, incluindo suspensões e expulsões, e das forças de segurança: estima-se que mais de duas mil pessoas tenham sido presas desde o mês passado. Para os críticos, os protestos têm elementos de antissemitismo, uma visão compartilhada até por membros do governo, mas seus organizadores e apoiadores dizem que as pautas estão centradas na busca por um cessar-fogo, nos pedidos para que as universidade deixem de investir em empresas israelenses e do setor de defesa, e afirmam que as denúncias de antissemitismo não condizem com a realidade.
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