Política
Lewandowski ajusta resolução sobre presídios para atender evangélicos
Segundo o Ministério da Justiça, o objetivo é 'que não haja quaisquer dúvidas sobre a garantia da liberdade religiosa dentro das unidades (prisionais)'
O governo federal vai ajustar a resolução do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), vinculado ao Ministério da Justiça, que gerou insatisfação entre parlamentares da bancada evangélica por proibir o proselitismo religioso nas cadeias brasileiras. A decisão foi tomada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, após reunião na quarta-feira com deputados e senadores que compõem a frente.
Renata Agostini: Lewandowski faz "corpo a corpo" com parlamentares para manter veto ao fim da "saidinha"
Chuva no RS: Mesmo após abertura de investigação, governador de SC posta fake news sobre a tragédia
No encontro, ficou acordado que a bancada enviará um ofício com as alterações que deseja. Elas serão incorporadas em uma nota técnica que irá corrigir os trechos considerados dúbios pelos parlamentares. Segundo o Ministério da Justiça, o objetivo é “que não haja quaisquer dúvidas sobre a garantia da liberdade religiosa dentro das unidades (prisionais)”.
Ao GLOBO, o presidente da frente no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que o desejo da bancada é garantir a liberdade religiosa.
— Ninguém é obrigado a se converter, mas a fé ajuda a manter (a pessoa) distante do mundo do crime. A conversa foi muito boa, e o governo reconhece que o texto precisa melhorar — afirmou Viana.
Além dele, 12 deputados federais estiveram presentes na reunião com Lewandowski, a exemplo do presidente da bancada evangélica na Câmara, Eli Borges (PL-TO), e do ex-prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos-RJ).
Arestas aparadas
A postura do ministro em aceitar as sugestões foi elogiada por parlamentares do segmento.
— A reunião foi nota mil. Muitíssimo proveitosa e uma atenção vip dada por ele e pelos secretários — disse o deputado Roberto Monteiro (PL-RJ).
Publicado em 24 de abril, o documento provocou reações ao longo da semana passada, devido a um trecho que veda o proselitismo nas cadeias. “Será assegurada a atuação de diferentes grupos religiosos em igualdade de condições, majoritárias ou minoritárias, vedado o proselitismo religioso e qualquer forma de discriminação, de estigmatização e de racismo religioso”, diz a resolução.
A prática do proselitismo religioso consiste na conversão ou tentativa de convencimento à prática de uma fé. Representantes da bancada evangélica, contudo, alegam que pastores estariam proibidos de ir aos presídios para apresentarem atividades religiosas, conduta que é praticada há anos pelas igrejas cristãs, ou de apresentar a fé aos presidiários, sem imposição.
O pastor Marco Feliciano (PL-SP) havia considerado a medida “desrespeitosa”.
— Lula está praticando vingança contra nós, evangélicos, por termos apoiado Bolsonaro. Para quem queria se aproximar de nós, ele nos afasta cada vez mais. Não esqueceremos — disse, no último sábado.
Na avaliação de especialistas e religiosos, a visita nas prisões cumpre o papel de confortar os presidiários. Segundo o bispo Rodovalho, fundador da Igreja Sara Nossa Terra, este trabalho atinge, em média, 10% dos detentos e é destinado apenas aos que mostram interesse em se converter:
— A única esperança de qualquer redenção de quaisquer presidiários é a evangelização — diz o religioso.
Membro titular do Conselho de Participação Social da Presidência e integrante do PT Jundiaí, o pastor Cesário Silva afirma que o governo não tentou proibir a presença das igrejas.
— A igreja tem que estar no presídio para ter conforto espiritual, mas sem forçar uma adesão. A gente reprova isso — diz o líder da Assembleia de Deus Ministério do Belém.
Mais lidas
-
1ESCÂNDALO
Receita Federal multa Palmeira em R$19 milhões: auditores buscam no MP inelegibilidade e até 5 anos de prisão para Julio Cezar
-
2DIFERENTE DO ASSUMIDO
Apelidado de 'pinto' pela mãe, filho de Monique Evans com o ‘homem mais bonito do Brasil’ leva vida discreta na Espanha; entenda
-
3REDES SOCIAIS
Cenas de sexo entre Paolla Oliviera e Nanda Costa, em ‘Justiça 2’, vão ao ar
-
4FOGO AMIGO
Ex-Vereador Agenor Leoncio afirma que "Chapão da Morte" de Julio Cezar elegerá apenas 3 vereadores em Palmeira dos Índios
-
5FRUTA
Isto é o que pode acontecer ao seu fígado se você consumir abacate todos os dias