De um lado, músicos de terno e gravata rosa claro. Do outro, cantoras com vestidos midi e luvas na mesma cor. O cenário composto por um túnel de coração, um telefone com fio, uma caixa de correio e corações pendurados no teto davam um tom de programa de TV retrô. A apresentadora? Gloria Groove em um vestido curto e vermelho mostrando à plateia, inteiramente composta por convidados, seu novo e primeiro projeto de pagode, o "Serenata da GG".

O audiovisual, que será lançado em duas partes, foi gravado nesta quarta-feira (8) no Rio de Janeiro e, desde o convite enviado, tudo foi pensado para o amor ser protagonista — nele tinha até um dress code: "cor de malícia" (vermelho, rosa ou branco), que foi respeitado pelos convidados, teve gente que se empolgou e foi vestido de cupido. Gloria preparou 26 músicas, entre elas inéditas, regravações e covers, todas românticas, umas apaixonadas, outras sofridas e algumas ousadas como a que cantou com o grupo Menos é mais. "Degustar você sem roupa/Brizar na sua boca", diz trecho da música.

Além do grupo de Brasília, ela convidou para participar do DVD Alcione, Ferrugem, Belo (quem a artista batizou de "padrinho do Serenata"), Thiago Pantaleão, Mumuzinho, Thiaguinho, Sampa Crew, Ana Carolina e sua mãe, Gina Garcia.

— Eu falo que Gloria nasceu em cima do palco e dentro do samba. Ela foi influenciada desde a barriga... Está sendo incrível — conta Gina, que foi backing vocal do Raça Negra por 29 anos e lançou também nesta quarta-feira (8) seu projeto de samba como cantora solo. — Às vezes a gente fica numa zona de conforto, trabalhando, criando filho, e a Gloria me deu incentivo para dar essa guinada, para as pessoas conhecerem meu trabalho como cantora.

Com a benção da mãe mais do que concedida, Gloria recebeu no palco palavras de carinho e incentivo de figuras carimbadas do gênero. Ferrugem, com quem cantou "Câmera frontal", deu boas vindas:

"Mais uma grande artista que abraça nosso pagode, seja muito bem-vinda", disse ele.

Thiaguinho, dividiu os vocais com Gloria em "Chamada proibida", e comemorou que a artista estivesse investindo no pagode. "Você não tem noção da força que isso dá pro nosso som. Principalmente para a gente que é do samba, faltava a GG. Você sabe do que estou falando", celebrou o cantor.

A benção maior veio de Alcione. Depois de performarem "A loba", Marrom rasgou elogios à Gloria Groove: "Ninguém pode com ela. Gloria Groove, quero te dizer que você é um espetáculo. Não sou mulher que fala pela metade, te amo".

Antes do show, as duas já tinham protagonizado um momento especial que foi acompanhado pelo GLOBO. Em cadeiras lado a lado no camarim, Alcione comentou o quanto se sentia tocada por Gloria.

— Eu gosto de ti. Você é uma pessoa espetacular. É uma grande artista, eu sou sua fã. Você tem um caráter que mexe comigo -- declarou.

Ícone do amor

Para além de cantar com as participações especiais, Gloria Groove conduziu a "Serenata da GG" se transformando numa espécie de "crooner" moderna e fez vários números solo, incluindo versões de sucessos como "A tua voz", "Radar" e "Apaga a luz". Teve cover de Marjorie Estiano em uma versão pagodeira de "Você sempre será" seguida de um sucesso da banda Rouge "Não dá para resistir". Em uma brincadeira de correio do amor, rolou até declaração para o marido, Pedro Luis Lopes. "Tenho amor de marido. Levei quase 10 anos para conseguir cantar esse amor bonito, tranquilo. Acho que agora consegui", disse ela antes de entoar "O dom da vida".

Falar de amor, aliás, é um dom que Gloria descobriu enquanto amadurecia enquanto artista, ela diz.

— O "Serenata da GG" se tornou mais que um projeto de pagode. No meio do meu processo criativo, eu entendi que estava celebrando o amor. E esse é meu diferencial. Ter amor, ser cercado dele e é isso que me permite ser feliz. É sobre me tornar esse ícone do amor — explica a artista.

Como uma verdadeira entusiasta, uma madrinha dos apaixonados, Gloria terminou a noite jogando um buquê de rosas para a plateia, que se prontificou a pegá-lo sem hesitar.