Internacional

Mais de 100 soldados russos morrem em ataque da Ucrânia com novos mísseis enviados pelos EUA; vídeo

Em julho, a administração Biden enviou projéteis de artilharia de 155 milímetros, cada um contendo 72 submunições menores projetadas para destruir veículos blindados e soldados inimigos

Agência O Globo - 03/05/2024
Mais de 100 soldados russos morrem em ataque da Ucrânia com novos mísseis enviados pelos EUA; vídeo

Mais de 100 soldados russos teriam sido mortos após um ataque da Ucrânia com mísseis balísticos em uma base de treinamento no leste do país. Imagens de drones compartilhadas nas redes sociais mostram a tropa reunida em um campo enquanto pelo menos quatro dos novos mísseis balísticos, armados com ogivas de fragmentação, atingem a concentração de tropas russas em poucos segundos.

Entenda: Novo pacote dos EUA ajuda, mas não resolve problemas da Ucrânia contra a Rússia

Veja também: EUA acusam Rússia de usar armas químicas na Ucrânia; Kremlin nega

O Sistema de Mísseis Táticos do Exército usa um míssil balístico de precisão fabricado nos Estados Unidos que, dependendo do modelo, tem um alcance de mais de 300 quilômetros e espalha pelo menos centenas, no máximo, quase mil submunições do tamanho de granadas.

Um dos mísseis ATACMS, como são conhecidos, explodiu diretamente sobre o grupo de soldados russos desprotegidos. Segundo o Instituto de Estudos de Guerra em Washington, Estados Unidos, todos os russos podem ter morrido no ataque.

Os Estados Unidos confirmaram em abril ter entregue mísseis táticos de longo alcance às forças ucranianas — equipamento que, até então, o governo do presidente americano, Joe Biden, se recusava a fornecer para a Ucrânia no combate contra a Rússia. Chamados ATACMS (Sistemas de Mísseis Táticos do Exército), eles foram “discretamente” incluídos no pacote de ajuda de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão, na cotação atual) anunciado em 12 de março.

No front da Ucrânia: Armas baratas e velhas táticas soviéticas permitem avanço da Rússia na guerra

Guerra em curso: Frustração silencia esperança na vitória contra a Rússia no front da Ucrânia

Segundo a CNN, Biden resistiu ao envio de mísseis de longo alcance por preocupação com a agilidade da produção do armamento, que precisa de “componentes complexos” para ser feito. A empresa que o fabrica faz cerca de 500 unidades por ano.

A reavaliação da decisão ocorreu, porém, após a aquisição e uso de mísseis balísticos norte-coreanos pela Rússia contra a Ucrânia, além dos ataques à infraestrutura civil ucraniana. Diante disso, os EUA passaram a trabalhar nos bastidores para comprar mais mísseis e preencher os estoques dos militares americanos.

Como funcionam os mísseis ATACMS?

Os mísseis ATACMS são o segundo tipo de arma de fragmentação que os americanos forneceram à Ucrânia. Em julho, a administração Biden enviou projéteis de artilharia de 155 milímetros, cada um contendo 72 submunições menores projetadas para destruir veículos blindados e soldados inimigos.

Os mísseis eram armas mais antigas que, devido à proibição internacional, o Pentágono disse que não sabia como utilizar em um conflito envolvendo forças americanas e por isso concordou em fornecê-las à Ucrânia. As versões mais recentes do ATCMS têm uma única carga explosiva, e os americanos concluíram que seu próprio arsenal era tão pequeno que não poderiam abandoná-lo.

O ATACMS americano foi concebido no final da Guerra Fria para o que os militares chamam de missões de ataque profundo em alvos inimigos prioritários. Na era pré-GPS, o míssil era uma rara arma guiada lançada no solo no campo de batalha das décadas de 1980 e 1990. Ele foi construído para ser disparado do veículo de lançamento M270 do Exército, que podia transportar duas unidades de cada vez. Em comparação, o veículo HIMARS menor, que o Pentágono forneceu a Kiev em 2022, só pode transportar um único ATACMS por vez.